Empreendedorismo Social é incentivado por gestores e empresários do Amazonas

Empreendedorismo social foi abordado pela professora Cristina Parente do Departamento de Sociologia da Universidade do Porto (Lisboa, Portugal). Foto: Érico Xavier
Como forma de valorizar o bem comunitário sem visão de lucro, o empreendedorismo social foi o assunto do 1º Workshop de Empreendedorismo Social realizado na Faculdade Martha Falcão. O assunto foi abordado pela professora Cristina Parente do Departamento de Sociologia da Universidade do Porto (Lisboa, Portugal).
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Idealizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), o evento ocorreu nesta segunda-feira (16) e teve como objetivo apresentar os estudos realizados por Parente em Portugal e traçar um comparativo com instituições brasileiras. A estudiosa realizou pesquisas por seis meses em empresas de São Paulo e Minas Gerais para definir o perfil da gestão do empreendedor brasileiro.
A definição do conceito de empreendedorismo social foi um dos pontos levantados, já que pode ser confundida com o empreendedorismo comum que visa o lucro. “O empreendedorismo social identifica uma falha em que o mercado não está atendendo pelos preços elevados. A sociedade civil se mobiliza e cria uma organização em resposta a essas necessidades”, explanou Parente.
As organizações podem ser creches, lares para idosos ou plantação em um sítio para produção de alimentos em uma determinada região. Outra alternativa apresentada pela palestrante pode ser aplicada em empresas e escolas que possuem espaços como piscinas e restaurantes, podendo abrir em horários não comerciais para a comunidade.

A definição do conceito de empreendedorismo social foi um dos pontos levantados no workshop, uma vez que pode ser confundida com o empreendedorismo comum que visa o lucro. Foto: Érico Xavier.
A conclusão da pesquisa da socióloga foi que Portugal ainda está longe do conceito ideal de empreendedorismo social, enquanto o Brasil tem o ambiente institucional governamental favorável. Isso se deve ao apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senai), que incentiva a geração de trabalho e renda, a inclusão social e a promoção do desenvolvimento solidário.
Empreendedorismo regional
A diretora-presidenta da FAPEAM, Maria Olívia Simão, abriu o evento ressaltando a importância da integração entre Portugal e Brasil na troca de experiências viáveis ao desenvolvimento do empreendedorismo social na região Norte. “As organizações sociais existentes no Amazonas permitem o desenvolvimento da inovação nas instituições dos municípios. Com o encontro, podemos agregar valor ao contexto de empreendedorismo e buscar formas de interiorizar o processo de inovação e de criação de novos negócios”.
A presidenta da Rede Amazônica de Instituições em Prol do Empreendedorismo e da Inovação (Rami), Jane Moura, ressaltou a relevância do encontro para os gestores da região, ao afirmar que “o encontro de gestores de empresas, academia e governo é importante para a consolidação de parcerias, em principal, a Fapeam que demonstra inovação ao realizar o encontro”.
A forma cooperativista de empreender um negócio chamou atenção do superintendente técnico-científico da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Eduardo Taveira. Ele disse que acredita no debate entre gestores para se atingir a valorização dos produtos da Amazônia e a inserção da população ribeirinha a partir do conhecimento de tecnologias para auxiliar a produção, sempre visando o desenvolvimento sustentável. “Dialogar o empreendedorismo social com as bases amazônicas é fundamental para o sucesso dos empreendimentos locais e para a sustentabilidade da floresta amazônica a longo prazo. Os empreendimentos amazônicos não podem ter uma ação de agressão ao meio ambiente, mas devem estar incorporados a essa temática e ser valorizados por isso”.
Seminário Luso-Amazônico
Durante o workshop, o professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Paulo César Diniz, apresentou a proposta do ‘Encontro Luso-Amazônico de gestão, empreendedorismo e inovação’ em 2015. O objetivo do evento será debater e integrar modelos e gestão entre o Norte do Brasil e o Norte de Portugal. “A ideia é atrair o público que está gerindo e unir forças entre Brasil e Portugal em questões de gestão, inovação e empreendedorismo”.
Raiza Lucena – Agência FAPEAM