Caneta Falante vai facilitar a vida dos deficientes visuais


10/09/2012 A deficiência visual compromete grande parte da mobilidade e interação das pessoas afetadas por esse mal.  Uma das maiores dificuldades encontradas pelos deficientes visuais é identificar os valores nas cédulas de dinheiro. Buscando solucionar o problema, pesquisadores amazonenses estão propondo o lançamento de uma ‘Caneta Falante Pentop’, que além de facilitar o manuseio de dinheiro, vai  facilitar o acesso à educação, informação, lazer, entre outras tarefas do dia a dia dos deficientes.

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A ideia será viabilizada por meio do projeto intitulado ‘Dinheiro Falante para Cegos’, aprovado no Programa Estadual de Atenção à Pessoa com Deficiência – Viver Melhor/Edital de Apoio à Pesquisa para o Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (Viver Melhor/Pró-Assistir), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), em parceria com as secretarias de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM) e dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Seped).

A proposta da caneta foi apresentada pelos inventores: Danielle Castro de Albuquerque e Marivaldo Albuquerque.  De acordo com Danielle, o projeto tem por objetivo resolver o problema da identificação de cédulas de dinheiro para as pessoas com deficiência visual. "Por meio do projeto, pretendemos desenvolver uma codificação para ser aplicada a cada cédula de dinheiro no momento de sua produção e que será reconhecida por uma caneta falante Pentop, que falará ao cego o valor de cada cédula", explicou.

Ainda segundo Danielle, a codificação funcionará como um códigos de barras invisível, impresso em toda a extensão de cada nota. Um software será desenvolvido especialmente para identificar os códigos impressos na nota e falar o valor. Além de identificar notas, o software agregará outros benefícios para o deficiente visual como tocar músicas e reproduzir audiolivros no formato MP3, ler a alfabetização em Braille, auxiliar no ensino de idiomas e nas atividades escolares e dométicas como a identificação de objetos (CDs, livros, DVDs, remédios, roupas, etc).

Marivaldo explica que o projeto está sendo desenvolvido no laboratório da Pentop do Brasil, localizado em Manaus, onde notas sem valor comercial, sao confeccionadas com arte visual própria e codificadas para a sonorização e identificação utilizando as canetas falantes.

/Segundo Albuquerque, o processo de desenvolvimento é o mesmo utilizado para os livros, etiquetas e guias turísticos sonorizados já disponíveis no mercado. "Para esta prototipação, produzimos uma quantidade de kits compostos por canetas falantes pentops, notas de dinheiro sem valor e etiquetas sonorizadas, que serão utilizadas pela Biblioteca Braille do Amazonas para a realização de testes, com os associados, assim como a Casa da Moeda", comentou.

Segundo Marivaldo, após a conclusão do projeto, a caneta com o software de identificação de notas estará à disposição para o público em todo o territorio nacional, pelo valor estimado de R$ 99, cada.

Apoio da FAPEAM

Para Marivaldo, sem o apoio da FAPEAM seria impossível desenvolver projetos que facilitem a vida das pessoas, principalmente aquelas com deficiências. "Com esse apoio, temos a oportunidade de transformar ideias em produtos inovadores para a solução de problemas reais das pessoas com deficiência visual. Nosso País ainda tem custos de capital, de burocracia, de logística e de insumos muito altos. Sabemos que após o desenvolvimento, ainda teremos muitos desafios para colocar o produto no mercado, mas com este apoio que agora recebemos da FAPEAM, temos a alavancagem que precisamos para chamar a atenção do mercado e mostrar que no Amazonas há muitas fontes de inovação", ressaltou.

O projeto ‘Dinheiro Falante para Cegos’ está entre as oito propostas contempladas no Programa Viver Melhor/Pró-Assistir. Os projetos serão desenvolvidos em quatro linhas temáticas nas áreas de deficiência visual, deficiência auditiva, deficiência física e deficiências múltiplas. As propostas aprovadas serão financiadas com recursos da ordem de R$ 2,5 milhões.

Sobre o Programa Viver Melhor/Pró-Assistir 

É um programa financiado pela FAPEAM, em parceria com a Secti e a Seped, com o objetivo de estimular a participação de pesquisadores vinculados a instituições e inventores (empreendedores, estudantes de Ensino Médio e graduação, graduados, especialistas, desenvolvedores independentes e pesquisadores sem vínculos institucionais), na produção de projetos de inovação voltados ao desenvolvimento de produtos assistivos, que possam contribuir para dar mais autonomia, independência e qualidade de vida às pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida. O Pró-Assistir integra as ações do Viver Melhor, programa lançado pelo Governo do Estado do Amazonas.

Outras informações sobre o Programa, clique aqui.

Outras informações sobre a Pentop, clique aqui.

Rosa Doval – Agência FAPEAM

 

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