Pesquisa sobre pacus estimula consumo consciente e sobrevivência da espécie
03/08/2012 – Os pacus são peixes ósseos classificados como migradores que possuem carne saborosa e baixo valor comercial, características que os tornam atraentes do ponto de vista da população ribeirinha no interior do Amazonas. Com o objetivo de identificar as propriedades bioquímicas e fisiológicas do animal, a aluna finalista do curso de Ciências Biológicas do Centro de Estudos Superiores de Parintins (Cesp), Franciane Andrade, produziu um estudo que visa contribuir com a criação do peixe em cativeiro.
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O alvo da pesquisa de iniciação científica foi o pacu da espécie Mylossoma duriventre, encontrada no município de Juruá (distante 1.540 quilômetros de Manaus). “Com o levantamento das informações bioquímicas e fisiológicas do pacu teremos condições de compreender o comportamento, a adaptabilidade e as condições de saúde que podem ser de grande valia em futuras práticas de manejo e produção em cativeiro dessa espécie”, explicou Andrade.
Entre as principais características, a pesquisa identificou que o pacu concentra mais proteínas que, por exemplo, o pirarucu – um dos maiores peixes de água fluvial do Brasil. Já os níveis de triglicerídeos e colesterol são inferiores aos retratados no tambaqui – peixe da bacia do Rio Amazonas muito apreciado pela população.
“Para chegarmos a esses resultados, os espécimes de Mylossoma duriventre foram capturados com rede de malhadeira e imediatamente após a captura, os peixes foram anestesiados. O sangue foi coletado pelo vaso da cauda com seringas descartáveis e os parâmetros como glicose, colesterol, triglicerídeos, proteínas totais e cloretos foram dosados usando kits comerciais específicos para cada constituinte”, afirmou.
O trabalho foi realizado durante um ano e desenvolvido em parceria com os alunos do curso de Tecnologia em Produção Pesqueira do Núcleo da Universidade, em Juruá.
Participação na Reunião Anual da SBPC
O resultado da pesquisa foi apresentado durante a Sessão de Pôsteres da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em São Luís (MA). A participação da aluna no evento contou com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape).
“Já havia participado de outros congressos, mas foi a primeira vez que estive na SBPC e a experiência foi ótima devido ao acesso a outros trabalhos e à oportunidade de adquirir ainda mais conhecimentos, o que vai contribuir com outros trabalhos que eu possa desenvolver no futuro”, concluiu. O resultado da pesquisa apresentado por Franciane foi um dos 46 trabalhos inscritos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para apresentação no evento.
Sobre o Pape
Esse programa consiste em apoiar, com passagens aéreas, pesquisadores e estudantes de graduação ou pós-graduação, para apresentarem trabalhos em eventos científicos e tecnológicos nacionais e internacionais.
Fonte: Lívya Braga – UEA