Cientistas apostam na criação de vacinas para evitar propagação de males


Para evitar doenças que assombram a humanidade há milênios, soluções de última geração. Eis a linha dos estudos com resultados mais promissores contra os males negligenciados. Pesquisadores do Brasil e do resto do mundo acreditam que a prevenção eficaz virá da biotecnologia. Apostam principalmente no mapeamento do genoma dos transmissores e no desenvolvimento de vacinas. “Sem dúvidas, esses avanços tecnológicos estão oferecendo alternativas que não eram possíveis até pouco tempo atrás para melhorar nossa aproximação às doenças tropicais”, avalia Ricardo Palacios, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento Clínico da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan.

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Palacios é um dos pesquisadores do projeto da vacina contra a dengue desenvolvido no instituto brasileiro. Segundo ele, a busca pela imunização começou há mais de 70 anos. “Ainda na Segunda Guerra Mundial, com os trabalhos, por exemplo, de Albert Sabin, o descobridor da vacina oral da pólio”, diz. “Mas ele e muitos outros pesquisadores não tiveram sucesso por causa da complexidade da doença.” A dengue pode ser causada por quatro sorotipos de vírus. Por isso, uma vacina completa precisaria ser eficaz contra todos eles. A pesquisa do Butantan está na segunda fase, com voluntários brasileiros. “Estamos confirmando a segurança em pessoas que tiveram ou não dengue e faremos testes adicionais para aferir a resposta de defesa gerada pela imunização”, detalha.

O pesquisador conta que os três projetos de vacina para a dengue mais avançados no momento apostam na engenharia genética para criar vírus vacinais atenuados e que são aplicados em testes com seres humanos. “Até o século passado, as tentativas de atenuar os vírus da doença não foram bem-sucedidas.” A Sanofir Pasteur busca a imunização que abranja os quatro tipos de vírus da dengue há 20 anos. Um trabalho “cheio de detalhes”, segundo Sheila Homsani, gerente do Departamento Médico do laboratório. “É algo muito difícil porque ainda envolve o mosquito, que sofre mudanças contínuas, difíceis de serem rastreadas e que podem variar conforme o ambiente. Outras doenças, como a de Chagas e a esquistossomose, têm sido alvo de estudos de laboratórios internacionais que também têm sofrido para trabalhar com esse tipo de alteração”, conta.

 

Fonte: Correio Braziliense

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