Brasileiros estão entre os que mais fazem cursos on-line
Mesmo sem sair de casa, brasileiros ocupam cada vez mais espaço nas salas de aula das universidades mais renomadas do mundo. Isso acontece nos sites que oferecem cursos on-line abertos e gratuitos. Ao longo do último ano, eles se consolidaram como uma alternativa de ensino para profissionais e estudantes de todas as idades e também são usados por grandes empresas para treinar funcionários.
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No Coursera, o principal nome mundial desse mercado, o Brasil é responsável por cerca de 375 mil usuários entre os 10 milhões de perfis cadastrados. Em setembro do ano passado, quando o site lançou 25 cursos traduzidos para o português e anunciou parcerias com a USP para a formulação de programas e com a Fundação Lehmann para a tradução de mais aulas, o Brasil subiu da quinta para a quarta posição no ranking dos países com mais alunos – ultrapassando o Reino Unido. “Isso é impressionante, considerando que a maioria dos nossos cursos ainda está em inglês”, diz Daphne Koller, cofundadora e presidente do site.
Apesar de ficarem numericamente atrás de EUA, China e Índia, Daphne destaca que os usuários brasileiros estão entre os que mais usam o sistema de credenciamento, pelo qual é possível obter um certificado oficial do site e da instituição responsável pelo curso após o pagamento de uma taxa na faixa dos US$ 50. “O índice de credenciamento no Brasil é duas vezes maior que na Índia e três vezes o da China”, diz.
Globalmente, o Coursera já é o segundo maior provedor de certificados citado no LinkedIn, segundo levantamento da rede social profissional, atrás apenas da Microsoft. “Nossa base de alunos é composta principalmente de profissionais que não têm a flexibilidade de estruturar suas vidas ao redor da educação. No Brasil, os temas de aulas mais procurados são finanças, estratégia de negócios e empreendedorismo”, diz Daphne. Dos brasileiros que tiram certificações no Coursera, metade o faz em especializações – programas mais longos, lançados no início de 2014, que reúnem módulos de diferentes universidades e exigem a entrega de um projeto final. Os assuntos mais buscados pelos profissionais do país estão na área de tecnologia.
Um desses brasileiros é Aléxis Almeida, gerente executivo da área de informática da Caixa Econômica Federal. Desde que fez um curso a distância em 2004, Almeida percebeu que gosta de assistir a aulas on-line. “Na correria em que vivo hoje, não me vejo em um banco de universidade”, diz. Desde 2013, ele já terminou oito cursos no Coursera, dos temas mais variados, de segurança de tecnologia e desenvolvimento de sistemas – ligados ao seu trabalho na Caixa – a temas de interesse pessoal como música erudita e popular – Almeida canta semanalmente em um coral.
Durante a semana, o executivo dedica cerca de uma hora aos cursos, após chegar em casa do trabalho. No sábado, usa três horas pela manhã para as aulas e exercícios. Na Caixa, o conhecimento adquirido já o ajudou a desenvolver dois novos projetos, ligados a aplicativos para mobile. “Busquei cursos técnicos de que eu não precisaria, pois estou hoje em um nível gerencial. Mas ter esse conhecimento é um facilitador na área de tecnologia.”
Ao longo de um ano, ele cursou sua primeira especialização no Coursera – também dentro da área de tecnologia -, com professores das universidades americanas de Maryland e Vanderbilt. Para receber o certificado, passou por um processo de autenticação e entregou um aplicativo para o sistema operacional Android como projeto final, que foi avaliado pelos professores e recebeu nota máxima. Agora, Almeida aguarda a emissão do certificado, disponível após o pagamento de uma taxa US$ 196. Como fez com todos os cursos realizados no site, ele pretende atualizar seu currículo interno na Caixa com os novos conhecimentos adquiridos.
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Fonte: Valor, com informações do Consecti