Estudo utilizará conhecimento tradicional para zoneamento de áreas de pesca em Barcelos


A pesquisa pretende desenvolver critérios para o zoneamento de pesca com a ideia de promover a pesca esportiva de base comunitária. Foto: Divulgação.

Utilizando o conhecimento de pescadores, o doutor em Economia pela Universidade de Maryland (EUA) e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), James Randall Kahn, desenvolverá critérios para o zoneamento das áreas de pesca no município de Barcelos (distante a 399 quilômetros de Manaus), conhecido internacionalmente como ‘o paraíso da pesca esportiva’.

De acordo com dados da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), o município de Barcelos possui o maior arquipélago do mundo, chamado Mariuá, com cerca de 700 ilhas, e se tornou conhecido internacionalmente pelo comércio de peixes ornamentais e pela pesca esportiva do tucunaré.

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Os critérios de zoneamento serão desenvolvidos ao longo da pesquisa ‘Zoneamento das pescarias para promover o desenvolvimento sustentável e minimizar os conflitos entre as pescarias em Barcelos, no Amazonas’. O estudo está sendo desenvolvido desde 2014 com aporte financeiro do governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa de Apoio à Pesquisa sobre a Pesca no Rio Negro (Propesca/Rio Negro).

“A pesquisa pretende desenvolver critérios para o zoneamento de pesca com a ideia de promover a pesca esportiva de base comunitária, combinado com a resolução de conflitos com outras formas de atividade de pesca”, disse o pesquisador.

Segundo o pesquisador, as informações obtidas em Barcelos serão correlacionadas com os resultados de estudos sobre os potenciais pescadores desportivos dos Estados Unidos. Foto: Euzivaldo Queiroz.

Ele informou que utilizará o conhecimento tradicional para criar mapas que apontem as áreas de pesca de subsistência, da pesca esportiva, da potencial pesca esportiva comunitária, além das pescas comerciais e ornamentais.

“Pretendemos avaliar os conflitos com outras pescarias na concepção de zonas de pesca, com o foco sobre modelos de governança a serem adotados, as preferências e a capacidade das comunidades”, disse Randall.

Integração

Segundo o pesquisador, as informações obtidas em Barcelos serão correlacionadas com os resultados de estudos sobre os potenciais pescadores desportivos dos Estados Unidos. Ele informou que os dados serão integrados e retratarão o sistema de zonas de pesca e um plano de pesca desportiva de base comunitária.

O zoneamento fornecerá uma base para um programa de pesca esportiva desenvolvido pelas comunidades dentro do contexto das múltiplas pescarias da região. Randall informou que os resultados podem ser generalizados a outras regiões do Estado.

“Para que as zonas (de pesca) não constituam linhas sem sentido em um mapa, estamos prevendo a integração do plano (de zoneamento) a um programa de desenvolvimento sustentável voltado à participação das comunidades na pesca esportiva. Os resultados promoverão a interação dos turistas e comunitários, possibilitando mais renda para as comunidades, melhor acesso aos serviços e maior contato com a natureza e o modo de vida das populações”, disse Randall.

Sobre o Propesca/Rio Negro

O Programa é uma parceria entre a FAPEAM e as Secretarias de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM) e de Desenvolvimento Sustentável (SDS) que tem como objetivo apoiar a execução de projetos de pesquisa que contribuam com a gestão e a criação de políticas públicas para pesca na Bacia do Rio Negro.

 

 

Camila Carvalho – Agência FAPEAM

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