Embrapa tem nova Central de Laboratórios em Manaus
01/06/2012 A Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus,AM) conta com uma nova Central de Laboratórios , um complexo que abriga quatro Laboratórios: de Biologia Molecular, de Cultura de Tecidos de Plantas, de Fisiologia Vegetal e de Fitopatologia. Essa nova estrutura oferece maior funcionalidade e adequação aos padrões de qualidade em laboratórios, para desenvolvimento de diversas pesquisas voltadas para a sustentabilidade da agricultura na região.
O chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Luiz Marcelo Brum Rossi, informa que a Central de Laboratórios é a primeira etapa de uma estratégia de integração, reunindo laboratórios afins em um único espaço, o que facilita a gestão de laboratórios, a gestão de resíduos e aproxima mais as pessoas permitindo maior interação entre os que trabalham no local.
A construção do espaço físico e os equipamentos para a Central de Laboratórios foram obtidos com recursos de diversas fontes, entre elas o PAC Embrapa, e também projetos de captação de recursos junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Para o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, que visitou a Central, essa nova infraestrutura de laboratórios e outros investimentos quem estão sendo feitos ajudam a viabilizar ainda mais que a Embrapa Amazônia Ocidental manifeste seu potencial de realizar pesquisas e desenvolver tecnologias que contribuam para a sustentabilidade da agricultura e sejam referência no Amazonas e para a Amazônia como um todo.
No Laboratório de Biologia Molecular, a supervisora e pesquisadora Nelcimar Reis, explica que estão sendo desenvolvidas pesquisas em genômica (estrutural e funcional), proteômica e caracterização genética de plantas e microorganismos, utilizando diversos marcadores moleculares. O Laboratório de Biologia Molecular é o primeiro da Embrapa Amazônia Ocidental a receber o Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB), obtido da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
Essa certificação permite trabalhar com transformação genética e abre novas perspectivas para as pesquisas. Nesse sentido, o pesquisador Gilvan Ferreira, da equipe de Biologia Molecular, destaca que a área de genômica funcional é promissora para o desenvolvimento de biotecnologias com aplicação na agricultura. Nesse Laboratório estão sendo desenvolvidas pesquisas com fitopatógenos que afetam culturas importantes para a região norte, entre eles os fungos Mycosphaerella fijiensis e Fusarium oxisporum f. sp. cubense, respectivamente, agentes causais da Sigatoka negra e do Mal do Panamá, doenças que atacam a cultura da bananeira e já dizimaram muitos plantios pelo Brasil. Também são realizadas pesquisas com o fungo Fusarium solani f. sp. piperis; e o fungo Microcyclus ulei, respectaivamente, agentes causais da fusariose (murcha da pimenta do reino) e do mal das folhas da seringueira, que também são graves problemas para essas culturas. As pesquisas estão voltadas para identificar quais genes nesses fungos são responsáveis por causar a doença e assim buscar alternativas, para desenvolver nas plantas algumas estratégias de resistência às doenças.
O Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas na Embrapa Amazônia Ocidental, tem como objetivo desenvolver conhecimentos, tecnologias e processos como suporte aos programas de melhoramento genético e multiplicação clonal de espécies tropicais de interesse econômico ou ecológico para a região amazônica, por meio de pesquisas em biotecnologia vegetal relativa à cultura de células e tecidos vegetais, segundo explica a supervisora deste laboratório, pesquisadora Regina Quisen. Atualmente, no Laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa Amazônia Ocidental são desenvolvidas pesquisas relacionadas ao melhoramento genético das culturas do cupuaçuzeiro, guaranazeiro, palma de óleo (dendezeiro) e seringueira, além da multiplicação clonal de espécies florestais e espécies ornamentais.
A pesquisadora Regina Quisen destaca que a nova infraestrutura laboratorial e a adequação dos espaços dentro dos padrões de biossegurança, abrem a oportunidade para ampliar as linhas de pesquisa desenvolvidas a partir da cultura de tecidos. Nesse sentido, o laboratório pretende requerer o Certificado de Qualidade em Biossegurança, para trabalhar com transformação genética e outras ferramentas da biotecnologia in vitro.
No Laboratório de Fisiologia Vegetal são realizadas análises anatômicas e fisiológicas de espécies tropicais e neotropicais, contribuindo para o conhecimento dos mecanismos relacionados ao uso dos recursos primários como água, luz, CO2 e nutrientes. “Esse conhecimento é de grande importância tanto no aspecto conceitual quanto na área aplicada, evidenciando algumas estratégias que podem ser utilizadas no sentido de analisar o desempenho das espécies crescidas sob ambientes estressantes, assim como, para o aprimoramento de técnicas silviculturais e de manejo imprescindíveis para o uso e a conservação das espécies no reflorestamento em áreas degradadas e/ou abandonadas da Amazônia Central”, afirma o pesquisador Ronaldo Morais, supervisor do Laboratório de Fisiologia Vegetal.
No Laboratório de Fitopatologia, a supervisora e pesquisadora Maria Geralda de Souza, explica que são desenvolvidos trabalhos de avaliação da resistência a doenças do guaranazeiro, bananeira, cupuaçuzeiro e seringueira; manutenção e multiplicação de culturas de patógenos em apoio a trabalhos de outros laboratórios; avaliação de fungicidas e produtos naturais no controle de doenças de plantas e ainda a análise fitopatológica em atendimento a produtores, instituições públicas e privadas, técnicos da extensão rural e pesquisadores de outras áreas.
Todos esses laboratórios dão suporte à capacitação em ciência e tecnologia nas áreas de atuação da Embrapa, por meio de estágios supervisionados, bolsas de iniciação científica, aperfeiçoamento e desenvolvimento de trabalhos de cursos de pós-graduação. Atualmente 14 estudantes de diversas áreas passam por capacitação e colaboram nas pesquisas, nesses quatro laboratórios. Ao todo, a Embrapa Amazônia Ocidental tem 12 laboratórios e um total de 68 estudantes em capacitação, como bolsistas e estagiários.
O secretário-executivo da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECTI), Dalton Vilela Júnior, que visitou os laboratórios, disse que foi gratificante conhecer a nova infraestrutura e destacou a importância do investimento para C&T pois “torna realidade pesquisas que não seriam possíveis sem esses laboratórios”.
Fonte:ASCOM Embrapa