Programa Estratégico em Saúde atrai pesquisadores nacionais e estrangeiros para o AM
10/05/2012 – Novos investimentos na área da Saúde buscam fortalecer a rede de pesquisas entre instituições da região. Dentre as iniciativas do Governo do Amazonas destaca-se o Programa Ação Estratégica C,T&I – Saúde – Fundações de Saúde (Pecti/AM-Saúde). Lançada, nesta quarta-feira (09/05) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), a iniciativa vai injetar R$ 2,5 milhões em estudos científicos para melhorias na área da saúde.
Para obter resultados positivos, o Pecti/AM-Saúde incentiva o ingresso de pesquisadores de outros estados do Brasil e até estrangeiros no programa. Entre os objetivos está possibilitar a troca de experiências, fortalecer e fomentar a inserção das fundações do estado na pesquisa estão entre os objetivos do projeto.
De acordo com a diretora-presidenta da FAPEAM, Maria Olívia Simão, a atração de pesquisadores de diferentes localidades também impulsiona a captação de recursos de instituições de outras partes do País, além de fixar recursos humanos na região. "Em experiências anteriores notamos que muitos editais nacionais oportunizaram a visibilidade do Amazonas graças também à presença da massa crítica de pesquisadores de fora", destacou.
Conforme o titular da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Sect/AM), Odenildo Sena, o Pecti/AM-Saúde tem como base um projeto piloto exitoso desenvolvido pela Fundação de Medicina Tropical em parceria com a Fapeam.
"A experiência foi um sucesso. Os dez pesquisadores de ponta que vieram para o Amazonas alavancaram o número de publicações científicas e deixaram uma herança enorme. Isso levou a FAPEAM a tomar como referência o programa e lançar outro similar com abrangência maior. Iniciativas como esta proporcionam a formação da instituição completa com prestação de atendimento, desenvolvimento de pesquisa e geração de conhecimento", ressaltou.
Na avaliação da chefe do Departamento de Pesquisa da Fundação de Medicina Tropical (FMT), Maria Paula Mourão, a instituição agregou experiências capazes de contribuírem com o novo programa. "O projeto trouxe crescimento e consolidação do programa de pós-graduação, aumento de publicações, projeção das pesquisas do Estado para fora do País, atração de agências de fomento internacionais, melhorando a captação de recursos para pesquisa”, enfatizou.
Mourão disse ainda que a curto prazo, alguns procedimentos de laboratórios foram desenvolvidos e incorporados com o intuito de diminuir o tempo de diagnóstico para algumas doenças de forma mais confiável. “Agora percebemos que expandindo essa proposta para outras instituições do Estado, teremos crescimento em C,T&I", afirmou.
Para a diretora-técnica da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), Lucélia Sá Freire, o Pecti/AM-Saúde vai subsidiar o trabalho de campo da instituição. "Com certeza vai facilitar o controle do agravo de muitas doenças no Estado", pontuou.
Investimentos
Estrategicamente, a Fapeam investe na área da Saúde desde que surgiu. De 2003 a 2011, cinco instituições locais receberam juntas R$ 12,4 milhões em recursos da Fundação. Do total de investimentos, a FMT contou com R$ 5,6 milhões, o que representa 46%. "Desde a criação, a FAPEAM tem a preocupação de incentivar a pesquisa nesse setor.
O Pecti/AM-Saúde resultou de experiências que alavancaram e trouxeram procedimentos mais modernos e processos tecnológicos menos invasivos, possibilitando atendimento de qualidade para população. Esse é o objetivo do Governo do Estado e a FAPEAM está oportunizando esse mecanismo de atração de pesquisadores experientes para colaborar com nossas pesquisas locais", frisou Olívia Simão.
Os investimentos na área da saúde renderam bons frutos para o Amazonas. Durante a apresentação do Pecti/AM-Saúde, a diretora-presidenta da FAPEAM lembrou que antes da criação da Sect e da Fapeam, o Estado possuía apenas 28 Grupos de Pesquisa em Saúde. O número saltou para 52 em 2004, reflexo do surgimento das duas instituições em 2003. Atualmente, 68 grupos da área aparecem no Diretório de Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (DGP/CNPq), um crescimento acumulado de 143%.
Concentração de Pesquisadores
Os números comprovam também que os incentivos em saúde melhoraram a concentração de pesquisadores doutores na área. Em 2002, somente três especialistas integravam a lista. Os investimentos tornaram possível um crescimento acumulado de 2.067% até 2012 referente à concentração de Pesquisadores Doutores sem Saúde, com 65 profissionais em nível de doutorado no Estado.
O vice-diretor da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, é um exemplo dos que entraram para as estatísticas de pesquisadores fixados na região. "Vim para a região por meio do Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR). Em 2008, por meio da Fundação Alfredo da Mata, montamos um projeto e submetemos à FAPEAM e ao CNPq. Durante o período no DCR fui convidado a assumir uma vaga de concurso da Fundação Oswaldo Cruz de Manaus. Como eu tinha interesse que o projeto não parasse, continuei tocando até a conclusão em 2009", contou.
A FAPEAM já fomenta outros projetos voltados à saúde no Amazonas. Na reunião desta quarta-feira, Maria Olívia Simão listou 11 exemplos e destacou o Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS). A Fundação se prepara para lançar o edital do PPSUS no segundo semestre de 2012. Já o certame do PPSUS Rede, um outro formato do edital, será lançado ainda no primeiro semestre deste ano.
Pecti/AM-Saúde
O principal objetivo do Pecti/AM-Saúde é implantar e aprimorar pesquisas que contribuam com a melhora da prestação dos serviços de saúde e ou programas estaduais de controle de doenças. Para alcançar esse objetivo, o programa vai ampliar a produção bibliográfica científica, tecnológica e/ou de inovação relativas às atividades de cursos de pós-graduação (Stricto ou Lato sensu) consolidados e/ou em implantação, com os quais as instituições estaduais tenham vinculação.
Com o edital, a FAPEAM quer consolidar e formar novos grupos de pesquisas no Diretório de Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) nas fundações de Saúde.
Ao todo, serão financiadas até 35 bolsas na modalidade Pesquisador Visitante Sênior (PVS), com valores que variam entre R$ 4,48 mil a R$ 6,13 mil, conforme nível e tempo de atuação dos pesquisadores.
Segundo a Resolução do Conselho Superior da FAPEAM nº 002/2008, a bolsa PVS poderá ser concedida a pesquisadores seniores, vinculados a uma instituição de pesquisa e/ou ensino superior e/ou centro de pesquisa científico e/ou tecnológico do país ou do exterior, que venha desenvolver projetos de pesquisa de determinada atividade cientifica e/ou tecnológica em uma instituição de pesquisa ou ensino superior localizada no Estado do Amazonas.
Etapas do edital
O edital é composto por duas etapas. Na primeira parte, as instituições de saúde deverão apresentar carta de manifestação de interesse até o dia 29 de maio. Já na segunda fase, o coordenador da proposta deverá entregar o plano de trabalho detalhado de cada um dos bolsistas.
Podem submeter propostas ao edital fundações estaduais de Saúde, vinculadas ou não a instituições de ensino superior e/ou de pesquisa estaduais ou federais com sede no Estado do Amazonas. A instituição proponente deve possuir no quadro permanente de servidores, pelo menos, um profissional com título de mestre ou doutor.
A proposta poderá contar com ações de cooperação técnica com citação das instituições envolvidas na atividade. Cada fundação deverá apresentar apenas uma proposta para a chamada pública. O Edital estará disponível ainda nesta semana no portal da FAPEAM (www.fapeam.am.gov.br), na aba de edital vigentes.
Divulgação dos resultados
A relação das propostas aprovadas será divulgada na página eletrônica da FAPEAM (www.fapeam.am.gov.br) e o extrato da Decisão do Conselho Diretor será publicado no Diário Oficial do Estado do Amazonas (DOE) a partir do dia 29 de junho. As bolsas serão implementadas a partir de agosto deste ano. O projeto deverá ser executado em 12 meses, podendo ser prorrogado até 24 meses.
Eliena Monteiro – Agência Fapeam