Pinhão-manso é alternativa para produção de biocombustível no Amazonas


26/04/2012 – A busca por alternativas para a produção de biocombustíveis tem gerado um grande número de pesquisas realizadas por institutos e universidades de todo o País. Aqui no Amazonas não é diferente, nos últimos anos o Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)vem investindo R$ 3 milhões em atividades de pesquisa e projetos na área de biocombustíveis via Programa de Apoio à Pesquisa em Biocombustíveis no Amazonas (Biocom).

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Uma destas pesquisas tem como ponto de partida o pinhão-manso (Jatropha curcas L., Euphorbiaceae), uma planta oleaginosa de alto interesse na geração de biocombustível no Brasil.src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/pinhao6.jpg

A planta é um arbusto que apresenta características potenciais desejáveis como o rendimento de grãos e óleo para produção de biodiesel, alta adaptabilidade, precocidade de produção e longevidade podendo ser cultivada como alternativa à agricultura familiar, mas que ainda necessita de estudos para se chegar a plantas adaptadas para o cultivo em larga escala, o que é um dos principais desafios que norteiam as pesquisas com a espécie.

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/pinhao3.jpgSegundo o coordenador do projeto, Fábio Medeiros Ferreira, que é vinculado ao Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam/Itacoatiara), após um ano de pesquisas os resultados mostram que a espécie possui uma estreita base genética, sendo necessária a introdução de espécies de outras regiões e até de outros países para maximizar a diversidade e a variabilidade da planta aqui na região.

“Atualmente a pesquisa está voltada para a aquisição de recursos genéticos e melhoramento das espécies por meio da genética, além do cruzamento de espécies direcionando estes esforços para a implantação de um sistema de produção adequado à nossa realidade e região”, explicou Ferreira.

Produção local

A pesquisa mantém dois experimentos na (Rodovia AM-010) município de Itacoatiara (AM), a 176 quilômetros de Manaus, onde agricultores já cultivam mais de 20 mil árvores de pinhão-manso distribuídas em torno de 15 hectares. No local, está sendo acompanhado o desenvolvimento produtivo de árvores plantadas, cujos dados são comparados a outras árvores cultivados simultaneamente no Estado de Rondônia.

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/pinhao2.jpg“Nesses experimentos analisamos a evolução da planta a partir do tipo de adubação, o tipo de irrigação, capina e o controle de pragas e doenças, tudo para mensurar e garantir uma produção regular de frutos garantindo uma alta performance”, afirmou. A perspectiva do pesquisador é de que, num período não tão longo, seja possível definir uma tecnologia que possa ser transferida aos agricultores para o cultivo da espécie e, consequentemente, a produção do biodiesel”, disse o pesquisador.

Ganho acadêmico

Além dos avanços nos resultados o projeto também gera um ganho importante para a formação de recursos humanos, pois envolve a formação de mestres doutores e estudantes de graduação, por meio de projetos interligados à pesquisa com pinhão-manso.

“Na unidade da Ufam em Itacoatiara/AM já existe hoje um número grande de bolsistas de Iniciação Científica e professores desenvolvendo projetos. Este apoio é primordial para que o interior do Estado possa garantir seu desenvolvimento em relação à pesquisa e em relação a outras regiões do País”, destacou Ferreira.
src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/pinhao4.jpgPara o engenheiro químico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) o cultivo do pinhão-manso é viável. “Se esse grupo conseguir domesticar essa planta o trabalho vai dar frutos bem interessantes. A grande questão para o estudo aqui no Amazonas ainda é a domesticação e o melhoramento genético. O grupo aqui ainda está num trabalho inicial, ainda é cedo para dizer se vai ou não dar certo, mas as expectativas são sempre boas, principalmente quando se trata de pesquisas sérias”, destacou.

O trabalho foi um dos apresentados durante o Seminário de Avaliação Parcial do Biocom realizado na última quarta-feira, 25 de abril, em Manaus, no qual foram avaliados seis projetos em andamento sobre pesquisas voltadas para a área de biocombustíveis.

Sobre o Biocom

O Programa de Apoio à Pesquisa em Biocombustíveis no Amazonas consiste em apoiar, com auxílio-pesquisa e bolsas de estudos, pesquisadores interessados em desenvolver estudos científicos e inovação tecnológica voltados ao setor de biocombustíveis, resultado de um convênio celebrado entre a FAPEAM e o CNPq.

Foto 1 – Experimento em plantação de pinhão-manso em Itacoatiara (Reprodução)

Foto 2 – Dr. Fábio Medeiros Ferreira expõe resultado parciais da pesquisa (Ricardo Oliveira)

 

Foto 3 – Frutos e amendoa do pinhão-manso (Reprodução)

 

Foto 4 – Avaliadores dos projetos do Biocom (Ricardo Oliveira)

Ulysses Varela – Agência FAPEAM

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