Divulgação científica deve focar interesse do público


23/04/2012 – Brasília-DF – O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura promoveu a 6ª sexta edição do ‘Momento Intercâmbio’, cujo tema foi ‘Comunicação Eficaz para a Democratização da Ciência e Tecnologia’, no último dia 20 de abril, em Brasília (DF). Na ocasião, o doutor em Ciência e Cultura, Santiago Graiño Knobel falou sobre o marco conceitual da Comunicação Pública de Conteúdos Complexos (CPCC) e apresentou a nova metodologia para divulgação da ciência e tecnologia. Trata-se do Mapa de Atribuição de Relevância, o qual visa melhorar o relacionamento entre o cidadão comum e a produção científica dos centros acadêmicos e de pesquisa, bem como propiciar o acesso do cidadão às informações científicas de forma mais fácil.

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Conforme Knobel, o problema da divulgação de conteúdos complexos é porque o público não conhece o assunto científico ou o conhece pouco. “Como falar sobre biotecnologia se o receptor não conhece nada?”, questionou. A saída, segundo ele, é basear totalmente o processo de comunicação no receptor da mensagem e não no emissor, contrário aos modelos de comunicação (emissor, meio e receptor). Para isso, deve-se elaborar um mapa de atribuição de relevância, o qual passa pela capacitação das pessoas que trabalham com divulgação e focar, inicialmente, a divulgação a partir dos interesses do público.

“Para divulgar ciência (ou qualquer conhecimento complexo) junto a um determinado grupo, normalmente o emissor decide o que considera necessário ou conveniente divulgar. Contudo, propõe-se a averiguar o que é possível divulgar, com razoável eficácia, ao grupo receptor em função de seus problemas, interesses reais, valores e sua cultura. Conforme o interesse do público, o centro de pesquisa, por exemplo, escolhe os conteúdos que tem interesse em divulgar. Isso exige grande esforço de adaptação das mensagens”, salientou.

Segundo Knobel, no caso de um Centro de Estudos em Agricultura, usando o Mapa de Atribuição de Relevância, deve-se determinar os interesses e as valorações dos agricultores sobre o tema; estabelecer quais os conteúdos disponíveis pelo Centro que atendem aos agricultores; avaliar a viabilidade da comunicação, a partir da convergência entre disponibilidade técnicas (do emissor) e interesses dos agricultores (receptor) e analisar a relação custo/benefício em função de interesses econômicos, sociais, culturais, políticos. Ao final, conceber e planejar o programa de divulgação, quando necessário.

Enviado especial, Luís Mansuêto – Agência FAPEAM

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