Piscicultura integrada na Amazônia é tema de pesquisa


‘Piscicultura integrada na Amazônia: favorecimento à produção de perifiton e seus efeitos sobre o crescimento do jaraqui-de-escama-grossa em monocultivo e policultivo com tambaqui’ é o título da tese do professor Simón Alexis Ramos Tortolero, do Ifam, defendida em abril de 2015.

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A pesquisa foi realizada na Estação de Piscicultura de Balbina, no município de Presidente Figueiredo, sob a orientação do professor Bruno Cavero, da Universidade Federal do Amazonas, e co-orientação do Dr. Perar Keshavanath, do Department of Aquaculture, College of Fisheries Sciences University, Mangalore India, do Dr. Gangadhar Barlaya do Central Institute of Freshwater Aquacultura e do Dr. Luis Antonio Kioshi Aoki Inoue, da Embrapa-Agropecuária Oeste, Dourados, MS.

Simón Alexis Ramos Tortolero, do Ifam, defendendo a sua tese

Simón Alexis Ramos Tortolero, do Ifam, defendendo a sua tese

O estudo é pioneiro, trazendo para o setor aquícola regional uma contribuição para o desenvolvimento da piscicultura baseada no perifiton (lodo/limo), com espécies nativas. Esta tecnologia é altamente eficiente e mais limpa, aumentando a disponibilidade de alimento natural aos peixes e contribuindo com a qualidade da água dos viveiros.

A piscicultura é uma atividade importante para satisfazer a demanda alimentar das populações em crescimento e a sua prática é necessária para o desenvolvimento de tecnologias de baixo custo e responsáveis com o meio ambiente. Os sistemas de monocultivo do jaraqui e policultivo jaraqui-tambaqui são relevantes para a região; o tambaqui pelas suas características zootécnicas e o jaraqui como o peixe mais popular pelo seu consumo e aceitação na região. Além de o jaraqui apresenta hábito alimentar iliófago-detritívoro que o classifica como um peixe ecológico.

Do ponto de vista econômico, a pesquisa poderá vir a estimular o desenvolvimento local, gerando emprego e renda, além de segurança alimentar, dessa forma subsidiando políticas públicas, uma vez que esta espécie ocupa o primeiro lugar nos desembarques pesqueiros da região. Portanto, o estudo poderá servir de referência para o desenvolvimento do cultivo de outras espécies da região, de menor importância econômica, mas com representatividade alimentar.

No contexto social, também contribuirá para o fortalecimento da cultura local, aumentando a oferta de proteína animal e melhorando a qualidade de vida, uma vez que o hábito alimentar das populações de baixo poder aquisitivo tem nessa espécie a sua principal fonte proteica.

Na perspectiva ambiental, espera-se contribuir para a preservação deste recurso pesqueiro, uma vez que, atualmente, em função do crescimento da população humana, a demanda por essa espécie tem aumentado significativamente.

Estágio na Índia

Durante a fase experimental da pesquisa, o professor Simón Alexis realizou um estágio de aprimoramento em tecnologia de piscicultura baseado no perifiton, no Central Institute of Freshwater Aquaculture (CIFA) na cidade de Bangalore, Índia. Na ocasião, acompanhou várias atividades, como visitas aos produtores rurais, trabalhos de reprodução induzida, construção de viveiros e desenvolvimento de um estudo de curta duração sobre as enzimas digestivas nos alevinos de Labeo fimbriatus, usando o bagaço da cana como substrato para fixação de perifiton.

O estágio serviu de base para ampliar os conhecimentos tanto para a elaboração do trabalho do professor como aplicação aos pequenos produtores.

Com o financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o estudo comprovou a viabilidade do uso substratos na criação semi-intensiva do jaraqui em monocultivo e em policultivo com tambaqui, como alternativa para o aumento da produção de alimento natural aos peixes.

Fonte: Ifam

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