Pesquisa avalia métodos para a prevenção e controle de câncer em homens

13:09 - 15/03/2012

15/03/2012 – A Fundação Centro de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) vem testando com sucesso um novo procedimento para a remoção de nódulos cancerígenos para a prevenção do câncer em órgãos genitais masculinos. A técnica denominada Laparoscópica Vídeo Endoscópica (Veil) previne o suprimento sanguíneo e faz a drenagem linfática da pele, proporcionando a diminuição do comprometimento dos tecidos na parte inferior da pele.

Conforme a estudante de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Paula Barros Pereira, a nova técnica tem se mostrado mais eficaz do que a tradicional Linfadenectomia, que consiste na remoção de um ou mais grupos de linfonodos. “Enquanto o novo procedimento faz incisões de 2 cm, reduzindo a área da lesão e a possibilidade de infecção, a técnica tradicional faz aberturas de 10 cm, as quais expõem mais o paciente a complicações no pós-operatório. A nova técnica é pouco conhecida, mas demonstra sua eficácia”, explicou.

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Intitulado ‘Estudo multi-institucional prospectivo randomizado comparando linfadenectomia inguinal convencional versus linfadenectomia vídeo endoscópica no tratamento do tumor de pênis invasivo’, o trabalho conta com o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). Pereira recebe uma bolsa do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic) e é orientada pelo professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Cristiano Silveira Pereira.

Durante o trabalho, iniciado em agosto de 2011, a estudante avaliou o procedimento cirúrgico menos invasivo ao paciente que sofre de câncer no pênis e a forma mais rápida e eficaz de ação. Ela disse que os conceitos dos dois procedimentos ainda estão em análise.

Teste em paciente

O novo procedimento cirúrgico, conforme Pereira, já foi testado com sucesso em um paciente obeso, em dezembro de 2011 em Manaus. Foi o primeiro realizado no Estado do Amazonas pela FCecon. Na ocasião, esteve presente o criador do procedimento, o cirurgião Marcos Tobias Machado.

“Apesar do paciente ter 130 kg, a cirurgia foi um sucesso. Os resultados serão transformados em artigos, os quais serão submetidos às revistas científicas. Esse estudo pode elevar o nível do Estado em relação às cirurgias avançadas, solidificando as pesquisas urológicas”, ressaltou.

Conforme a estudante, ela pensa em ir mais longe e criar dentro da instituição uma sala inteligente que possa ser usada pela Urologia e pelas demais especialidades interessados em aumentar a atuação no campo de cirurgias menos invasivas.

Sobre o projeto

O levantamento realizado por Pereira engloba pacientes na faixa etária entre 20 e 80 anos. As características fundamentais para que o paciente possa fazer parte do grupo de estudo são: não ter tumores na pele indicando a presença não palpável, pacientes com distúrbios fisiológicos, bioquímicos ou psiquiátricos.

Pereira diz que pretende, até o final da pesquisa, conseguir fechar um ciclo com 40 pacientes, sendo 20 com a realização da cirurgia convencional e a outra metade tendo se submetido ao Veil.

O projeto conta com uma equipe formada por dois mestres, quatro doutores, três médicos residentes, uma médica em patologia e três acadêmicas. A previsão de término é para julho deste ano.

Sobre o Câncer

Segundo dados disponibilizados no site do Instituto Nacional de Câncer (Inca), para o ano de 2012 estima-se cerca de 4.637 novos casos de câncer de pênis, um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. A doença está relacionado às baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis). Estudos científicos também sugerem a associação entre infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano). Este tipo de câncer é mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.

Sobre o Paic

O programa apoia a execução de projetos de pesquisa científica, tecnológica ou de inovação, financiados com recursos públicos, por meio da concessão de bolsas de iniciação científica a estudantes de graduação.

Redação: Rafaela Vieira e Esterffany Martins

Edição: Agência FAPEAM

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