Mulheres têm papel fundamental no campo científico
08/03/2012 – Elas conquistam vagas no mercado de trabalho e em algumas áreas os números superam a média masculina, também disputam cargos de liderança em empresas e algumas até governam países. Ao lado de conquistas tão relevantes, no dia em que o mundo se dedica a homenageá-las, figuras masculinas ilustres do campo científico falam sobre a importância da inserção da mulher nesta atividade que sempre foi vista como masculina, a ciência.
Atualmente o banco de pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), que concentra o número total de pesquisadores diretamente vinculados aos programas e projetos desenvolvidos pela FAP do Amazonas, aponta que dos 25.552 pesquisadores cadastrados 11.276 são homens e a maioria 14.276 são do sexo feminino. Apesar desse número ser um pouco maior, no geral, ele é pequeno se comparado à população feminina do Amazonas, que em 2010 somava cerca de 1,7 milhão de mulheres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Apesar desse quadro geral ainda ser tímido ele é considerado de extrema importância para o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Sect/AM), Odenildo Sena, pois a inserção da mulher na ciência traz equilíbrio.
“Historicamente esse era um mercado dominado apenas por homens, mas isso tem se modificado. Apesar de discreta, a participação das mulheres na área científica é necessária e importante. Essa é uma área onde não há distinção de competência e, embora essa participação não seja grande, é indispensável”, justificou.
Para o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Luís Val, a participação da mulher na ciência é algo que vem se ampliando em diversos níveis. “A sociedade feminina está vivendo um momento muito bom dentro do campo científico. E isso se deve a dois processos distintos: primeiro à ampliação e à participação das mulheres nas seleções de pós-graduação nos diversos níveis. E em segundo, pela mudança na sociedade, onde no passado a figura da mulher era apenas vista no ambiente familiar. Essa mudança que ocorreu no papel da mulher na sociedade é muito importante para o meio científico”, declarou.
Val, que é casado com uma pesquisadora, diz ainda que a participação da mulher nas atividades científicas, além de importante, é necessária. “No campo intelectual não há diferença quanto ao desempenho de atividades. A participação da mulher na ciência é fundamental, pois ela tem vantagens pela capacidade de percepção de sua natureza própria e pelo instinto maternal de preocupação. Isso é muito importante. A participação da sociedade feminina na ciência é um avanço e espero que esse papel seja consolidado”, finalizou.
A mulher e a ciência
A primeira mulher a ter participação e reconhecimento no meio científico foi Marie Curie (1867-1934) que, em conjunto com o marido, Pierre Curie, realizou pesquisas no campo da física e da química. Eles ganharam o Prêmio Nobel de Física pela descoberta do campo de radioatividade. Alguns anos mais tarde, Marie Curie ganhou sozinha um Prêmio Nobel de Química, por sua descoberta dos elementos químicos rádio e polônio. A primeira cientista reconhecida também chefiou o Laboratório de Física da Sorbonne (Paris) tendo, inegavelmente, sua capacidade profissional reconhecida e valorizada.
Sobre a data
O Dia da Mulher se tornou oficial em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, e não se firmou apenas como uma data de presentes e propagandas em todo o mundo, mas também como uma proposta de debate e de reflexão sobre o papel da mulher na sociedade, seus avanços e as formas de desvalorização que ainda insistem em persistir.
Rosilene Corrêa – Agência FAPEAM