Governo do Amazonas promove seminário estadual de manejo do pirarucu nesta quinta, no Ifam.


O Governo do Amazonas promove, de 23 a 24 de julho de 2015, o Seminário Estadual: Gestão da Pesca Manejada do Pirarucu, no auditório do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) campus zona Leste, a partir das 8h30h.  Um dos objetivos do evento será a assinatura do Termo de Intenção para Gestão do Manejo do Pirarucu no Estado do Amazonas, que define a regulamentação da pesca da espécie no estado.

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Segundo Ana Cláudia Torres, coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, a discussão em torno da regulamentação teve início em 2011. “O Instituto Mamirauá sugeriu três mudanças na proposta apresentada: o aumento do tamanho mínimo do pirarucu manejado, de 150 para 160 cm, o que foi parcialmente atendido com 155 cm”.

Outra mudança sugerida pelo Instituto Mamirauá foi um período de carência de três anos para que a implementação de um projeto de manejo pudesse ser reconhecido pelos órgãos de regulamentação. “Todavia, a proposta que prevaleceu é de dois anos, dada a necessidade de viabilizar no menor tempo possível a geração de renda, como forma de estimular a participação”, acrescentou Ana Cláudia.

A última proposta atendida pelo Governo do Estado foi a necessidade de que os projetos de manejo sejam submetidos à apreciação do Conselho Gestor da Unidade de Conservação, dependendo da aprovação desse para serem submetidos a análise do órgão gestor.

Seminário

O seminário que ocorree nos dias 23 e 24 terá a participação de 38 instituições e entre 100 a 120 representantes. Por meio de mesas redondas, os participantes trocarão experiências para normatização da vigilância dos ambientes aquáticos, uniformização das regras de uso dos recursos, da contagem dos estoques, da despesca e da comercialização da produção. Durante todo o evento, uma equipe da Agência de Fomento do Amazonas (AFEAM) estará à disposição dos manejadores para esclarecer as dúvidas sobre financiamento, e mesmo para recebimento de propostas das entidades interessadas em obtenção de crédito.

Desde o início do manejo no Estado, em 2002, realizado na Reserva do Desenvolvimento Sustentável do Mamirauá, foi autorizada a despesca de 283.616 indivíduos, uma média de 23.634 indivíduos por ano. Desse total, foram capturados 169.861, uma média de 14.155 indivíduos por ano, que corresponde ao percentual médio de captura de 67%.

Fatores como enchentes súbitas, falta de estrutura e desorganização das comunidades são os principais interventores nesse índice, segundo dados da Secretaria Executiva Adjunta de Pesca e Aquicultura do Amazonas (Sepa). “Daí a importância de padronizar procedimentos e mais do que isso: socializar conhecimento, que é o que buscamos com o Seminário, que vai colocar todos os contadores de pirarucu em debate”, explicou o secretário executivo adjunto de Pesca e Aquicultura do Amazonas, Geraldo Bernardino. O órgão é vinculado à Secretaria de Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror).

Sobre o manejo do Pirarucu

A pesca de pirarucu foi proibida no estado do Amazonas em 1996. A partir do ano seguinte, o Instituto Mamirauá iniciou as primeiras pesquisas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá para implementar uma prática sustentável de manejo, o que ocorreu em 1998. Um ano depois, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) aprovou o primeiro projeto de manejo comunitário da espécie.

“Os objetivos iniciais do manejo de pirarucus que eram justamente a recuperação dos estoques, a geração de renda e a conservação do recurso foram plenamente alcançados. Agora, a gente passa para uma etapa de melhorar a qualidade desse projeto, buscar novos mercados, melhorar as oportunidades de venda dessa produção e colocar valor nesse produto. Eu acho que o desafio agora é esse”, disse Ana Cláudia, em referência aos próximos desafios com a iniciativa.

Texto: Eunice Venturi

Adaptado com texto de Amanda Lélis – Ascom Mamirauá

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