Debates sobre Leishmaniose aconteceram em Conferência Internacional no Inpa


ANTÔNIA MARIA - BIÓLOGA CELULAR_

Doutora em Biologia Celular/molecular, Antônia Maria Ramos Franco Pereira, disse que a iniciativa de realizar a primeira Conferência na Amazônia se deve ao destaque da doença na região. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.

A I Conferência Internacional sobre a Leishmaniose Tegumentar na Amazônia (First International Conference on Cutaneous Leishmaniasis a look at the leishmaniasis in the Amazon region–More than half a century of pentavalent antimony), encerrada nesta quinta-feira (13), proporcionou um amplo debate sobre a doença no âmbito amazônico, especialmente, devido à variedade de vetores e espécies circulantes na região.

Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook

O evento, que teve duração de três dias, foi promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (PAREV).

Diversas instituições ligadas ao tema estiveram presentes, entre elas a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Sociedade Brasileira de Parasitologia e o National Institute of Health, University of Helsinki, Kansas Sates University. A diretora técnico-cientifica da FAPEAM, Andrea Waichman, representou a instituição.  A Conferência, que iniciou no último dia 10, teve em sua programação palestras, mini-cursos, debates, mesas-redondas e apresentações de trabalhos.

Assista a videorreportagem

Biodiversidade da Amazônia favorece o número de casos

De acordo a doutora em biologia celular/molecular e presidente do evento, Antônia Maria Ramos Franco Pereira, a iniciativa de realizar a primeira Conferencia na Amazônia se deve ao destaque da doença na região. “A casuística, não só no mundo como no Brasil, e em particular na Amazônia, é a nossa biodiversidade, que favorece um grande número de casos”, pontuou.

Ainda segundo a pesquisadora, das oito espécies de leishmaniose sete são cutâneas e uma visceral. “Em Manaus não temos a espécie visceral,  mas na região amazônica sim. Essa região tem grande incidência em razão da  biodiversidade  de vetores e espécies circulantes que temos”, explicou.

O parasitologista da Universidade de São Paulo (USP), doutor Jeffrey Shaw, disse que a maior incidência de casos de leishmaniose cutânea é nas Américas.  Já os casos de leishmaniose viscerais são prevalecentes na África e na Ásia, e que as pessoas têm dificuldades para procurar auxílio médico. “O paciente quando pega a leishmaniose já pensa que vai morrer. A pessoa observa a lesão que, às vezes, vai embora, e às vezes não, e não procura ajuda”, afirmou.

Shaw ressaltou também as dificuldades de mobilidade na Amazônia, especificamente nas cidades interioranas, nas quais o indivíduo para chegar ao posto de saúde precisa se deslocar de canoa ou

Diretora técnico-cientifica da FAPEAM, Andrea Waichman, explanou sobre os investimentos em fomento e das estratégias para integrar crescimento, inovação e sustentabilidade nas áreas de CT&I. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM

Diretora técnico-cientifica da FAPEAM, Andrea Waichman, explanou sobre os investimentos em fomento e das estratégias para integrar crescimento, inovação e sustentabilidade nas áreas de CT&I. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM

percorrer grandes distâncias. “Essas são as principais causas da falta de procura por auxílio. A pessoa não cuida e a doença vai agravando, alguns casos sem cura”, explicou Shaw.

Difícil diagnóstico

Segundo o parasitologista, a Leishmaniose tem varias formas cutâneas, os medicamentos são muito tóxicos e em alguns casos não há cura. “A doença é de difícil diagnóstico porque há lesões típicas e atípicas, e de uma grande variedade que nem dá pra descrever todas”, comentou.

Encerrando os debates, a diretora técnico-científica da FAPEAM, Andrea Waichman, participou da mesa-redonda sobre “Políticas de Financiamento e Contratação” na área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Na ocasião, Waichman falou dos investimentos em fomento e das estratégias para integrar crescimento, inovação e sustentabilidade nas áreas de CT&I.

A próxima Conferência Internacional sobre a Leishmaniose deve ocorrer daqui a dois anos, no mês de agosto, na cidade de Salvador-BA

Maxcilene Azevedo – Agência FAPEAM

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *