Amazonas registra baixo índice de mortes por malária em 2011


09/02/2012 – Dados da Fundação de Vigilância Sanitária em Saúde (FVS) do Amazonas mostram que durante 2011 foram registrados 61.141 casos de malária nos municípios do Estado. Do total, apenas seis mortes foram registradas pela FVS.

O número é pequeno, se comparado ao total de óbitos registrados por ano em todo o mundo. Uma pesquisa publicada na revista norte-americana The Lancet aponta que a malária é responsável pela morte de 1,2 milhão de pessoas no ano, quase o dobro da estimativa esperada.
Na capital amazonense, o número de casos chegou a 15.073 com apenas uma vítima fatal registrada pela FVS. Já na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, foram registrados 4.187 casos durante o ano de 2011, com duas mortes registradas, uma no mês de maio e outra em junho.

Pesquisa

A pesquisa norte-americana foi coordenada pelo professor da Universidade de Washington, Christopher Murray. A análise concluiu que apesar de se achar que a doença infecciosa mata basicamente crianças pequenas, o estudo mostra que quase metade das mortes (42%) foi de crianças mais velhas e de adultos.

“Aprendemos nas escolas de medicina que pessoas expostas à malária enquanto crianças desenvolvem imunidade e raramente morrem por causa da doença quando crescem. Mas verificamos em registros de hospitais, de óbitos e de outras fontes que analisamos que a situação é outra”, concluiu Murray durante as pesquisas de campo.

Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook

A pesquisa que analisou a doença entre os anos de 1980 e 2010 verificou também que o total de mortes aumentou de 1 milhão em 1980 para 1,8 milhão em 2005, quase o dobro num intervalo de 25 anos.

Um fator positivo neste cenário é que as medidas adotadas nos últimos anos para conter a transmissão do mosquito têm contribuído para diminuir o número de mortes por malária.

Apesar do total de mortes ser elevado, este número tem apresentado uma diminuição de aproximadamente 32% desde 2004.

Combate à doença

A prevenção é uma forma eficaz de combater a malária. As medidas devem ser tomadas principalmente em viagens às áreas altamente infectadas ou propícias à reprodução do mosquito transmissor da doença.

A malária é uma doença infecciosa aguda e a transmissão ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles darlingi. Os criadouros preferenciais do mosquito transmissor da malária são os igarapés, por terem como características água limpa e parada.

Os principais horários de atividade do mosquito transmissor da malária são ao pôr do sol e ao amanhecer. O uso de roupas claras e de manga longa em locais de mata fechada é recomendado para evitar que o mosquito pique a vítima. Também é recomendada a colocação de barreiras tipo tela em portas e janelas, além do uso de repelentes.

Os principais repelentes disponíveis no mercado são à base de dietilmetaloamida (DEET) e possuem concentrações que variam de 7% a 12%. Os produtos devem ser reaplicados, pelo menos, a cada duas horas.

Tratamento

Segundo o infectologista do Instituto de Medicina Tropical do Amazonas, Worney Braga, os sintomas mais comuns da malária são dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios geralmente em um determinado horário que se repete diariamente. “É possível que uma mesma pessoa pegue malária mais de uma vez e, nesses casos, é mais difícil descobrir a doença no início, pois os sintomas custam mais a aparecer, e normalmente quando surgem, a doença já está num estado mais grave”, ressaltou Braga.

O infectologista destacou que ainda não há vacina contra a malária e alerta a população que ao sentir os primeiros sintomas procure o posto de saúde mais próximo de casa. “O tratamento da malária é gratuito e o início do tratamento imediato evita o agravamento da doença”, alertou.

Fonte: Portal Amazônia, por Wallace Abreu

Veja mais notícias >>

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *