Aumenta demanda empresarial em busca de parcerias com o CBA

09/02/2012 – O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) tem registrado um crescimento na demanda de empresas que buscam a instituição para desenvolver produtos e processos oriundos da diversidade amazônica. A área de maior interesse para pesquisa gira em torno dos alimentos funcionais, que contêm substâncias ativas capazes de fortalecer o organismo, prevenindo e combatendo doenças. Também são destaques a área de cosméticos, fitomedicamentos e biomedicamentos.

A procura pelo Centro acontece tanto por grandes corporações estrangeiras quanto por empresas locais, destaca o coordenador-geral de implementação do CBA, Imar César de Araújo. “Esse é o tipo de reconhecimento que nós estamos preparados para trabalhar. Diferente do que se pensa, o CBA não é um centro de pesquisa. Ele é um centro de inovação tecnológica que se propõe a transformar conhecimento em produtos e processos. Já temos dois produtos concluídos para empresas. Existe uma série de trabalhos prestados à comunidade em forma de análises físico-químicas e bioquímicas. Só para se ter uma ideia, algumas dessas análises antes precisavam ser feitas em São Paulo ou nos Estados Unidos”, afirmou o coordenador.

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Para exercer toda sua potencialidade e atender às demandas do mercado, o CBA aguarda um novo modelo de gestão, em que possa se  tornar uma entidade com identidade jurídica própria. A definição deve partir do Governo Federal, que administra o Centro por meio da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Além disso, a expectativa é que o Centro possa contar com um corpo profissional efetivo de pesquisadores.

Com o objetivo de realizar um processo de mobilização para que o CBA cumpra seus objetivos em sua totalidade, o titular da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Sect-AM), Odenildo Sena, realizou visita ao CBA, na última terça-feira (07/02). Ele fortaleceu o discurso sobre a necessidade de o Brasil entender a importância do órgão e assumir o compromisso de oferecer as condições legais para seu funcionamento efetivo.

Confira os detalhes da mobilização em prol do CBA, aqui.

Perspectivas para o futuro   

O coordenador afirmou que, no futuro, a injeção de recursos financeiros para investimentos no CBA poderá ser proveniente dos projetos especiais administrados pelo Centro. Entre as pesquisas estratégicas em execução está o projeto Curauá, que consiste na utilização de mudas desta planta amazônica, da família do abacaxi, para produzir a partir da cultura de tecidos em laboratório fibras vegetais mais resistentes, com  o objetivo de aumentar a escala de plantios experimentais, ocupando principalmente áreas já desmatadas.

O carauá é empregado pela indústria para substituir fibra de vidro, materiais plásticos e peças pré-moldadas, utilizadas na fabricação de automóveis, por exemplo. A construção civil é também um grande usuário. A alternativa é reciclável, reduz o consumo de matéria-prima não renovável e causa menor risco à saúde, vantagens que têm atraído a atenção para novas aplicações industriais, como fabricação de postes e até paletas das torres de energia eólica.

Parceria

Desde 2003 a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) contribui, por meio de convênios, com ações para promover a realização de pesquisas e a formação de recursos humanos na área de atuação do CBA. Ao todo, já foram firmados três convênios que juntos somam mais de R$ 13 milhões oriundos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e o Governo do Estado do Amazonas, por meio da FAPEAM.

A partir destes investimentos, no período de 2005 a 2010 foram realizadas atividades de qualificação dos bolsistas, por meio de cursos para operação em laboratórios de alta complexidade, seminários, palestras, incluindo atividades em outros Estados. No total, foram mais de 90 eventos como conferências, workshops, treinamentos, simpósios e apresentação de trabalhos em congressos que envolveram mais de 230 bolsistas.

Anália Barbosa – Agência FAPEAM

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