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Pesquisadora do AM testa material supercondutor que pode trazer inovações
06/02/2012 – Produzir materiais avançados formados por sistemas novos e que exijam condições especiais na preparação e programação das propriedades físicas é a finalidade da pesquisa desenvolvida pela pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas Isabel Cristina Souza Dinóla, que está desenvolvendo uma película fina supercondutora, chamada de filme, que visa a uma competição com os materiais magnéticos, comumente utilizados no dia a dia.
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Intitulado ‘Estudo de novos supercondutores contendo ferro utilizando espectroscopia Mossbauer’, o trabalho é o tema da pesquisa de doutorado de Dinóla e é desenvolvido no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), envolvendo pesquisadores de outras instituições, como a Universidade Federal Fluminense, Universidade Técnica de Colônia na Alemanha.
A pesquisa é financiada pelo Governo do Amazonas, por meio do Programa RH Doutorado – Fluxo Contínuo, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), e é realizado em conjunto com o grupo de ‘Materiais Avançados’ do CBPF e coordenado pela professora doutora Elisa Maria Baggio Saitovitch, no Laboratório de Filmes Finos e Sistemas Nanoestruturados.
Materiais supercondutores
Fazer a energia elétrica chegar ao seu ponto de destino sem perdas é a principal função dos materiais supercondutores, uma novidade que, atualmente, está sendo bastante explorada no campo da física.
Segundo Dinóla, a película (filme) poderá trazer benefícios para a sociedade, além de ser utilizada em diversos segmentos como a eletrônica e auxiliar no desenvolvimento de sistemas híbridos como chaves supercondutoras.
“A pesquisa envolve materiais magnéticos e supercondutores e é focada na competição entre magnetismo e supercondutividade. Utilizando facilidades únicas no Brasil, instaladas no laboratório do CBPF, podemos preparar sistemas híbridos formados de dois materiais diferentes, com propriedades mutuamente excludentes que podem ser artificialmente colocadas juntas de forma controlada”.
Aplicações
As aplicações tecnológicas dos materiais supercondutores estão relacionadas basicamente com as vantagens que eles têm sobre os condutores normais.
Os materiais supercondutores conduzem eletricidade sem perda de energia, permitindo a criação de mecanismos com rendimentos extraordinários. Eles também não dissipam calor, implicando na redução expressiva dos circuitos elétricos, ale de terem grande capacidade de gerar campos magnéticos muito intensos.
Estes materiais também podem ser utilizados para fabricar junções ou chaves supercondutoras, semelhantes a transistores, trocando energia cem vezes mais rápido.
“Temos interesse em sistemas contendo partículas ferromagnéticas em filmes supercondutores, pois isso permite o estudo da interação do magnetismo com a supercondutividade. Este é um tema atual na área da Matéria Condensada e suas aplicações. Estamos explorando sistemas formados de nanopartículas de Cobalto e Bismuto para tentar determinar a importância dos aspectos estruturais na competição de magnetismo e da supercondutividade. Além disso, estudamos nanopartículas de ferro imersas em filmes de metais não magnéticos”, explicou.
Para a pesquisadora, estudos na área de materiais nanoestruturados são muito importantes para o desenvolvimento das sociedades modernas. “Esses trabalhos permitem um salto para novas tecnologias e possuem uma forte ligação com a pesquisa fundamental, que estuda as propriedades básicas da matéria condensada. A partir disso, será possível manipular com precisão materiais cujo comportamento poderá ser programado”, informou.
Apoio da FAPEAM
Para Dinóla a FAPEAM atua como um agente fundamental no desenvolvimento das pesquisas. “Além de financiar a minha bolsa de estudos, a FAP do Amazonas ajuda a formar recursos humanos para o Estado. Espero continuar contando com este apoio para transferir a experiência adquirida em novos projetos quando retornar a Manaus”, salientou.
Sobre o RH Doutorado – Fluxo Contínuo
É um programa vinculado à FAPEAM que concede bolsas de doutorado a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu, em Programa de Pós-Graduação recomendado pela Capes em outros Estados da Federação.
Rosilene Corrêa e Esterffany Martins
Edição: Jesua Maia – Agência FAPEAM
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