Estudo prevê a aplicação do óleo de patauá para fins terapêuticos
O patauá (Oenocarpus bataua) é uma palmeira originária da região amazônica. Seu fruto é rico em óleo, usado pelas populações tradicionais no tratamento de doenças respiratórias. Projeto aprovado no Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (FIXAM), do Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) visa à aplicação biotecnológica do patauá para fins terapêuticos.
Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook
De acordo com a pesquisadora e Doutora em Biotecnologia Teresa Alarcon Castillo Ferreira, o objetivo do projeto é dar valor às raízes e aos frutos do patauá, considerando, principalmente, suas propriedades que podem auxiliar no tratamento de doenças. “O óleo de patauá é insaturável, portanto mais saudável que aqueles óleos saturados, como o de dendê, coco, girassol, entre outros, que consumidos ao longo da vida, podem causar algum tipo de doença”, explicou.
O óleo é retirado dos frutos da palmeira que pode ser encontrada apenas no Brasil, Peru, Equador e Venezuela. “Com o desenvolvimento desse projeto pretendemos extrair e estudar as características físicas, químicas e organolépticas [características que podem ser percebidas pelos sentidos humanos] do óleo do patauá”, destacou a pesquisadora.
As coletas dos frutos e raízes da palmeira são feitas dentro da Reserva Adolpho Ducke, zona leste de Manaus. Ferreira ressalta que as palmeiras são encontradas em áreas alagadas e que o melhor horário para coletar as amostras é entre 6h e 10h. “Nesse intervalo de tempo existe menos radiação solar. Com isso, as raízes absorvem todos os nutrientes do solo, necessários para os ensaios laboratoriais”.
Ao término do estudo, os resultados deverão apresentar alternativas que auxiliem no tratamento da diabetes e do câncer e ainda na utilização do óleo para fins farmacológicos, especificamente para tratamentos dermatológicos. “Populações indígenas desenvolvem vários tratamentos com o patauá. Para confirmar sua eficácia, estamos desenvolvendo os testes microbiológicos, tanto com as raízes, quanto com os frutos”, finalizou Ferreira.
A previsão de conclusão do projeto é para 2017. Confira mais detalhes sobre o estudo na videorreportagem de Esterffany Martins.
Reportagem: Rosianne Couto – Agência FAPEAM
Edição: Wallace Abreu
Fotos: Érico Xavier
Videorreportagem: Esterffany Martins