Atividade física ajuda a desenvolver a coordenação motora de crianças, aponta pesquisa
27/01/2012 – Estudos já comprovaram que a coordenação motora melhora com o passar do tempo e tem relação direta com a prática de atividade física. Para entender a profundidade destas mudanças ao longo do tempo um estudo intitulado ‘A relação entre coordenação motora e atividade física em crianças dos sete aos dez anos de idade: um estudo longitudinal’, foi tema de pesquisa desenvolvida pelo doutor em Ciências, Cleverton José Farias de Souza, por meio do Programa RH-Doutorado, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
A escolha do tema se deu em junho de 2004, quando o mesmo concluiu o mestrado em Educação Física, no Laboratório de Comportamento Motor (Lacom), da Escola de Educação Física e Esporte (Eefe), localizada na Universidade de São Paulo (USP). A partir daí o desafio era aprofundar a pesquisa para chegar a novas descobertas.
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Na prática, o estudo analisou os dados de 87 crianças (45 meninos e 42 meninas) durante quatro anos de coleta de dados (dos sete aos dez anos de idade). A coordenação motora foi medida a partir de uma bateria de testes motores por meio de questionários.
Pesquisa continuada
O pesquisador analisou as mudanças normativas de duas variáveis (a coordenação motora e a atividade física) ao longo do tempo. Para a análise dessa relação foram constituídos subgrupos combinando-se crianças com coordenação motora alta e baixa e crianças com atividade física alta e baixa em cada avaliação.
Os resultados obtidos permitiram concluir que a coordenação motora melhora com o passar da idade e os níveis de atividade física se matêm. Foi comprovado que existe uma heterogeneidade na mudança tanto da coordenação motora quanto da atividade física e não há uma associação direta entre os níveis de coordenação motora quanto da atividade física em diferentes pontos no tempo.
“A relação entre coordenação motora e atividade física não muda ao longo do tempo e para o desenvolvimento da coordenação motora é preciso considerar não apenas o nível de atividade física, mas também a sua adequação a idade da criança”, concluiu Souza.
Durante o período em que durou o estudo, a partir da aplicação de um teste, foi pesquisada a coordenação motora de crianças que apresentavam dificuldades em movimentos que interferem, inclusive, no rendimento escolar o que rendeu um artigo já publicado.
“A partir deste trabalho professores do programa de doutorado deram início a um projeto para estudar no desenvolvimento motor de crianças em cooperação com o professor José Maia, da universidade do Porto, em Portugal e com o prof. António Prista, da Universidade Pedagógica de Moçambique, na África”, salientou Souza.
Outra conquista da tese foi que as coletas de dados também conseguiram financiamento por 3 Editais Universais do CNPq em 2004, 2007 e 2009, o que demonstra a importância do estudo para a compreensão do desenvolvimento infantil. “Esse foi o primeiro estudo realizado no Brasil com essa característica longitudinal”, disse.
Apoio da Fapeam
Para o pesquisador, o apoio da Fapeam é fundamental para um doutorando que pretende fazer um curso de pós-graduação fora do Estado em virtude da condição que se tem de realizar a pesquisa com dados coletados no Amazonas.
“O meu estudo, por fazer parte de um projeto, não contou com dados de nossa população, porém a minha formação me permite adequar toda a metodologia usada na população amazonense. Outro dado interessante é que a FAPEAM me ofereceu a oportunidade de divulgação do trabalho tanto impresso quando digital. Isso possibilita que a comunidade estudantil e científica conheça que temos no Amazonas professores-pesquisadores capazes de produzir conhecimento científico na área de Educação Física”, finalizou Souza.
Sobre o RH-Doutorado – Fluxo Contínuo
Esse programa consiste em conceder bolsas de doutorado a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu, em Programa de Pós-Graduação recomendado pela CAPES em outros Estados da Federação nas áreas de Humanas, com exceção de arqueologia; Exatas e da Terra; Agrárias; Sociais e Aplicadas; Engenharias, com exceção das engenharias agrícola, Materiais, Metalúrgica, Naval, Química, Sanitária; Biológicas, com exceção de farmacologia; Saúde; Linguística, Letras e Artes; Multidisciplinar.
Redação: Nefa Costa
Edição: Ulysses Varela – Agência FAPEAM