Pesquisadora descobre duas novas espécies de aranhas não venenosas


facebook twitter

Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), a pesquisadora Lidianne Salvatierra Paz Trigueiro divulgou uma descoberta na área de biodiversidade. Contemplada pelo edital n° 018/2013 do Programa de Apoio à Excelência Acadêmica (Pró-Excelência), Trigueiro descobriu duas novas espécies de aranhas que não possuem veneno. Seu artigo será publicado no volume 43 (n°3) da revista Journal of Arachnology of North American – Qualis B1.

O artigo faz parte do projeto de doutorado da pesquisadora e a descoberta foi feita durante uma curta visita à coleção da California Academy of Science, de San Francisco, Califórnia.

Fêmea de Tangaroa pukapukan. (Foto: Acervo pesquisadora)

Fêmea de Tangaroa pukapukan. (Foto: Acervo pesquisadora)

“O artigo trata especificamente da descrição de duas novas espécies de aranhas do gênero Tangaroa das llhas Cook, na Oceania. As espécies foram nomeadas de Tangaroa pukapukan e Tangaroa vaka. Nós escolhemos os nomes das espécies usando nomes com significados culturais. “Pukapukan” é um dos idiomas falados nas ilhas e “vaka” é o nome de uma canoa”, disse Trigueiro.

A pesquisa conta ainda com a colaboração da doutora Ana Lúcia Tourinho, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do doutor Antonio Brescovit, pesquisador do Instituto Butantã, associado à Universidade de São Paulo (USP). Todo trabalho foi realizado na George Washington University durante o doutorado sanduíche que Trigueiro cursou nos Estados Unidos.

“Para a comunidade científica, cada espécie nova é um avanço no estudo e conhecimento da biodiversidade do planeta. Para a comunidade leiga, as aranhas ainda são temidas e discriminadas como animais perigosos, mas são na verdade um dos grupos mais fascinantes do mundo animal. O nosso estudo traz uma informação já conhecida no meio da ciência, porém nova para a população, que é a existência de aranhas sem veneno. Das quase 46 mil espécies de aranhas no mundo, 274 não possuem veneno”, revelou Trigueiro.

Lidianne Trigueiro disse ainda que o resultado de sua descoberta traz à comunidade científica a apresentação de duas novas espécies de um grupo que teve a última espécie descrita há mais de trinta anos, “o trabalho apresenta imagens de alta qualidade usando microscopia de varredura, e para a sociedade o impacto do estudo é diferente, pois essas descobertas ajudam a despertar o interesse da população por esses animais. O acesso ao conhecimento ajuda a diminuir o preconceito e a aumentar a consciência sobre a preservação”, ressaltou.

O apoio da FAPEAM a essas descobertas tem crescido e para muitos é primordial para o aprimoramento de pesquisas. Para Lidianne, contemplada uma vez pelo Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (PAPE) e duas vezes pelo Pró-excelência, o apoio da FAPEAM é fundamental. “O sistema permite que os próprios estudantes submetam suas propostas, isso ajuda a desenvolver a habilidade dos jovens pesquisadores em captar recursos. Os recursos homologados ajudam a financiar viagens para visitas a museus, coletas, compra de material e outras etapas de projetos. A contemplação nos editais da FAPEAM é um reconhecimento pelo nosso trabalho e é mais um incentivo para continuarmos desenvolvendo e aprimorando a nossa pesquisa”, finalizou.

 PRÓ-EXCELÊNCIA

O edital n° 011/2015 está com inscrições abertas para o adicional de excelência acadêmica até o dia 30 de dezembro de 2015.

Acesse o edital aqui.

Maxcilene Azevedo – Agência FAPEAM

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *