Pesquisador transforma microrganismo encontrado na água em ração animal para peixes no Amazonas


Produto pioneiro no mercado nacional reduzirá custos com a aquisição de ração animação, além de gerar emprego e renda para a população do Amazonas 

J.D MATOS DE ABREU - EPP. ENGENHEIRO DE PESCA PAULO AMARAL FOTO ÉRICO X._-107

Um estudo desenvolvido no Amazonas pretende produzir alimentação animal a partir do cultivo intensivo de microrganismos presentes na água, os zooplânctons. O nutriente é considerado importante para a vida dos peixes por ser o primeiro alimento a ser consumido pelas espécies.

A pesquisa faz parte do trabalho intitulado ‘Projeto Zooplâncton: produção biotecnológica intensiva de organismos aquáticos para a indústria de alimentação animal’ que conta com recursos do governo do Estado por meio do Programa de Subvenção Econômica à Inovação (Tecnova/AM) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

De acordo com o coordenador do projeto, Paulo Amaral Júnior, como o zooplâncton já é consumido pelos peixes no ambiente natural, a ideia é utilizá-lo como ingrediente para agregar valor nutricional à ração.  “Para que a gente consiga subsidiar essa produção de uma ração com esse tipo de organismo é preciso produzir uma biomassa de zooplâncton para, assim, poder fornecer às indústrias de produção de ração animal”, disse o pesquisador.

Engenheiro de Pesca, pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Júnior informou que o estudo atende uma necessidade da indústria de alimentação animal regional e brasileira: a produção intensiva de proteína bruta de origem animal. Ele garantiu que, atualmente, o produto não possui concorrentes na indústria brasileira. “Esse é um projeto pioneiro que idealizamos e é o único comercialmente no Brasil. A ração deve ter um custo menor para o produtor por não necessitar de uma tecnologia de produção tão complexa. Para fazer uma farinha de peixe, por exemplo, é necessária uma estrutura muito grande, enquanto a biomassa de zooplâncton pode vir a baratear o valor da ração”, disse Amaral.

O projeto está sendo realizado na empresa Ecology Biotecnologia, localizada no quilômetro 127 ramal do banco, quilômetro 10 da Rodovia AM-010, no município de Rio Preto da Eva.

J.D MATOS DE ABREU - EPP. ENGENHEIRO DE PESCA PAULO AMARAL FOTO ÉRICO X 12

Empresário informou que produto é pioneiro no mercado nacional. (Foto: Érico Xavier/Ag. Fapeam)

Além de oferecer uma nova alternativa no segmento alimentício animal. O projeto não prejudica o meio ambiente por não utilizar produtos industriais e deixa o Amazonas independente em relação à importação de outros Estados. “É uma nova forma de abastecer a indústria de ração. Nós ainda sofremos com a distância entre os Estados. Por isso, uma ração produzida aqui diminuirá esse custo de logística no valor final do produto”, disse Amaral.

A perspectiva é que o projeto possibilite a geração de emprego e renda para a população. “Com o bom andamento do projeto, vamos precisar de mais recursos humanos seja para produzir a biomassa de zooplâncton ou para a comercialização do produto. Então, isso fortalecerá. Economicamente, o Amazonas”, disse.

O pesquisador destaca que o apoio da FAPEAM é fundamental para tornar o trabalho realidade. “A FAPEAM é importante para andamento dessa pesquisa. Esse é um projeto que vai beneficiar a sociedade com a melhoria na qualidade da produção de pescado, geração de emprego e renda e  transferência de tecnologia”, finalizou Júnior.

Economicidade

Atualmente, os produtos vendidos feitos com a mesma matéria-prima são comercializados por R$ 1,00 por grama. Isso significa que a produção e comercialização de extrato bruto de biomassa rico em zooplâncton auxiliarão no crescimento econômico, além de potencializar a diversificação da aquicultura no Amazonas. “Com essa produção de ração com microrganismos colocamos mais um produto com a marca Amazônia no mercado nacional”, disse Amaral.

O zooplâncton é presente em maior quantidade em rios e tanques de piscicultura. A projeção de produção do microrganismo equivale a 30 quilos por dia em um tanque com uma dimensão de 60 metros cúbicos de água.

A ideia é comercializar uma parte da biomassa como insumo para a indústria de alimentação animal (farinha de plâncton) e a outra será vendida como alimento à base de zooplâncton, produto premium, como alimento de peixes ornamentais.

Pesquisador explica como microrganismo se transforma em ração para peixes:

Sobre o Tecnova/AM

O Programa apoia projetos de inovação tecnológica, associados às oportunidades de mercado, buscando o desenvolvimento de produtos (bens ou serviços) e/ou processos inovadores que sejam novos ou significativamente aprimorados (pelo menos para o mercado nacional) para o desenvolvimento dos setores econômicos considerados estratégicos nas políticas públicas federais e aderentes à política pública de inovação do estado do Amazonas, promovendo um significativo aumento das atividades de inovação e o incremento da competitividade das empresas.

Texto e vídeo: Esterffany Martins /Agência Fapeam

Fotos: Érico Xavier/Agência Fapeam

Uma resposta para “Pesquisador transforma microrganismo encontrado na água em ração animal para peixes no Amazonas


  1. Rodrigo disse:

    Qual a espécie utilizada?



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