Dia de Campo promovido pela Embrapa com apoio da Fapeam reúne agricultores para aumentar produtividade de mandioca no Amazonas
Atividade foi divida em dois momentos: primeiro pesquisadores demonstraram o uso da tecnologia que permite triplicar a produtividade e, segundo, agricultores testaram a nova técnica
Cerca de 100 pessoas participaram, na última quinta-feira (12/11), do Dia de Campo Desempenho Produtivo de Cultivares Regionais de Mandioca, realizado no município de Careiro (localizado a 88 quilômetros de Manaus) pela Embrapa Amazônia Ocidental em parceria com o governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) e Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), com objetivo de aumentar a produtividade de mandioca no Amazonas.
O Dia de Campo foi dividido em dois momentos: primeiro, pesquisadores e técnicos da Embrapa explicaram e demonstraram as tecnologias que permitem até triplicar a produtividade média da mandioca obtida, hoje, no Amazonas, de aproximadamente 10 toneladas (t) por hectare (ha); depois, foram distribuídas manivas-sementes de cultivares regionais de mandioca para os agricultores que participavam da atividade.
Foi instalado em Careiro uma Unidade Demonstrativa (UD) com o uso da tecnologia trio da produtividade, correção da acidez do solo e adubação, em sistema mecanizado. Um dos diferenciais dos trabalhos foi o uso de cultivares locais de mandioca, que já são familiares aos agricultores da região. Dessa forma, buscou-se mostrar que, com o uso de tecnologias adequadas, é possível aumentar a produtividade da raiz, mesmo quando são utilizados os materiais existentes nas comunidades.
O chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Amazônia Ocidental, Celso Paulo de Azevedo, destacou durante a abertura do evento, a característica do trabalho.
“Geralmente, a Embrapa desenvolve um produto e depois que a tecnologia está pronta leva ao agricultor. Aqui, é diferente porque todos já conhecem os materiais. O que possibilita o aumento da produtividade é o manejo, a adubação, a mecanização. O que a gente quer dizer com esse trabalho é isso: é preciso mudar e plantar com o uso desses métodos, porque dá resultado e, além disso, vocês vão continuar usando a mesma área por mais tempo, sem precisar ficar abrindo novas áreas”, disse.
Atividade
Durante o Dia de Campo, o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Inocêncio de Oliveira, falou sobre a importância do trio da produtividade – tecnologia que consiste na seleção de manivas-sementes e corte em ângulo de 90º, adequação do espaçamento de plantio conforme arquitetura da planta (aproximadamente 1m x 1m) e controle de plantas daninhas nos primeiros 150 dias pós-plantio.
“Essas técnicas podem ser realizadas por qualquer agricultor, sem que ele tire dinheiro do bolso. Só com isso já aumenta consideravelmente a produtividade da mandioca”, disse Oliveira.
O analista da Embrapa Amazônia Ocidental, Raimundo Rocha, falou sobre correção do solo, adubação e apresentou os resultados obtidos na Unidade Demonstrativa de Careiro. Com o uso da cultivar regional Hastinha, por exemplo, a produtividade média alcançou 31,16 t/ha.
“A adubação e a calagem são muito importantes. Elas têm custo para o agricultor, mas esses custos são amortizados com o aumento da produtividade e lucro que elas geram. Agora, é importante ressaltar, não adianta adubar e corrigir a acidez do solo se não adotar as práticas previstas no trio da produtividade, porque aí a mandioca não responde”, disse Rocha.
Os técnicos da Embrapa, João Batista de Souza e Antônio Sabino Neto, ainda demostraram aos participantes do evento uma atividade prática de plantio mecanizado da mandioca.
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Fonte: Embrapa Ocidental
Fotos: Felipe Rosa/Empraba Ocidental