Estudo com apoio do governo do Estado auxiliará na redução de lesões orais em pacientes com câncer


Em dois anos, 375 pacientes oncológicos irão realizar tratamento odontológico para comprovar que a saúde bucal contribui para a melhoria da qualidade de vida durante o tratamento oncológico           

                                                          Estudo auxiliará na redução de lesões orais em pacientes oncológicos                               

Pacientes com câncer que realizam quimioterapia ou radioterapia têm de lidar, entre outros, com problemas bucais e lesões orais, em decorrência do tratamento para o combate à doença. Para minimizar, ao máximo, os transtornos e efeitos colaterais do tratamento e garantir o acompanhamento de um cirurgião-dentista aos pacientes oncológicos no Amazonas, o governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), apoia o projeto de pesquisa em desenvolvimento pela pesquisadora Érica da Silva Carvalho, que busca diagnosticar e avaliar as lesões orais em pacientes oncológicos.

Estudo auxiliará na redução de lesões orais em pacientes oncológicos

Estudos iniciaram durante um projeto de iniciação científica no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), da Fapeam.

Durante os 24 meses do estudo, 375 pacientes da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon) serão acompanhados pela pesquisadora, que é professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e dentista, para comprovar que o acompanhamento odontológico contribui para o tratamento e auxilia, inclusive, na qualidade de vida dos pacientes.

“A pesquisa tem o objetivo de avaliar, acompanhar e descrever a situação bucal de cada paciente oncológico, realizando tratamento adequado para cada caso e demonstrando, assim, que o atendimento odontológico em pacientes com câncer, ajuda a manter a higiene bucal e a saúde do sistema estomatognático (estruturas ósseas, dentes, músculos, articulações, glândulas e sistemas vasculares linfáticos e nervosos) dos mesmos”, disse a pesquisadora.

Os estudos iniciaram durante um projeto de iniciação científica no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), da Fapeam e, atualmente, são desenvolvidos com recursos do Programa de Apoio à Pesquisa (Universal/Amazonas) também da Fundação.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a quimioterapia é um tratamento que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor.

No entanto, essa terapia tem dificuldades em diferenciar as células doentes das células sadias no organismo. Hoje em dia, busca-se aproveitar ao máximo as benesses das drogas utilizadas e minimizar os efeitos colaterais.

Assim como a radioterapia, a quimioterapia também causa alguns efeitos colaterais, como a secura bucal (xerostomia) e mucosite. As chances de a quimioterapia causar danos à cavidade oral acentuam-se dependendo da idade do paciente.

De uma maneira geral, 40% dos pacientes submetidos ao tratamento de quimioterapia desenvolvem esses efeitos na boca, passando para mais de 90% quando aplicada a menores de 12 anos.

Aproximadamente de 7 a 15 dias após a sessão de quimioterapia, o paciente entra em um estágio no qual a imunidade encontra-se baixa, isto é, o seu sistema de defesa fica frágil. Nesse período, a ulceração causada pela quimioterapia ou qualquer foco de infecção de origem dental ou dos tecidos que envolvam o dente (osso e gengiva) pode representar um grande risco à saúde geral do paciente.

A neurotoxicidade é um dos efeitos colaterais da quimioterapia de grande relevância para a Odontologia. Embora raro, representando cerca de 6% das complicações bucais, o envolvimento dos nervos bucais pode causar dor. Os sintomas desaparecem, frequentemente, com a suspensão da droga.

Para tentar combater os problemas odontológicos decorrentes dos efeitos colaterais do tratamento, além do acompanhamento dos 375 pacientes da FCecon, a pesquisadora ainda contará com um aporte financeiro para aquisição de equipamentos utilizados durante o tratamento odontológico dos pacientes com câncer.

Dentre os equipamentos, está o laser de baixa intensidade, que ajudará na cicatrização das lesões após aplicação do medicamento. “Sem o aporte financeiro do governo do Estado não seria possível colocar em prática essa terapia. Além de benefícios aos pacientes, estamos despertando o interesse dos alunos pelo estudo em uma área muito técnica, concedendo, a professores e acadêmicos, a oportunidade da multidisciplinaridade”, disse Érica Carvalho.

Sobre o Universal Amazonas

O programa tem o objetivo de apoiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, em todas as áreas de conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do Amazonas.

Ada Lima / Agência Fapeam

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