Estudo traz novas perspectivas para a Construção Civil no AM
13/12/2011 – Estudo inédito no Amazonas constatou a viabilidade da inclusão de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) para produzir argamassa e concreto e aplicá-los em obras. O resultado é fruto da pesquisa intitulada ‘Avaliação da Utilização do Agregado de Concreto Reciclado (ACR) em substituição ao Agregado Miúdo na Fabricação de Argamassas e Peças de Concreto para Pavimentação (PCPs)’. O trabalho avaliou a capacidade de utilização e aproveitamento do resíduo como forma de redução do impacto ambiental.
A pesquisa foi realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC), da Universidade Federal do Amazonas, (Ufam) e contou com apoio do Governo do Amazonas via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa Institucional de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (Posgrad).
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Segundo o engenheiro e autor da pesquisa, Alberto Fábio da Silva Taveira, o estudo teve por finalidade obter parâmetros que possibilitassem uma avaliação de viabilidade técnica de argamassas e concretos fabricados com a inclusão de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), especificamente o Agregado de Concreto Reciclado (ACR).
“Nesse trabalho apresento as principais propriedades mecânicas da substituição parcial do agregado miúdo pelo agregado reciclado de concreto. Isso foi possível por meio de análises, pesquisas e ensaios, sempre visando incentivar à reciclagem e colaborar para que, em um futuro próximo, se tenha um maior aproveitamento desse resíduo”, afirmou.
Percentuais
Nas análises realizadas durante o estudo, Taveira observou que a substituição parcial do agregado miúdo, utilizado para a fabricação de argamassas e concretos, por Agregado Reciclado de Concreto permitiu a melhoria de algumas das características desses produtos tais como resistência à compressão e absorção.
Nas argamassas os melhores resultados foram obtidos para uma substituição da areia por ACR. “Para as argamassas com 50% de substituição, o percentual de resistência à compressão foi de 13% e 5% para absorção”. Ele explica que a resistência mecânica e a absorção são duas propriedades importantes na capacidade de utilização dos PCPs. “Nesse ponto os melhores resultados foram obtidos para uma substituição da areia por 25% de ACR, com um aumento dessas duas características em relação ao PCPs de referência. Com essa substituição, obtive 11% na resistência à compressão e 94% para absorção”.
Esse resultado, segundo o engenheiro, “foi o que melhor preencheu os vazios em relação ao concreto produzido para os PCPs, do que os com 50% de substituição. Isso que dizer que essa adição tem um grande potencial econômico e serve como solução para o problema ambiental que surge com a deposição inadequada desse tipo de resíduo”, explicou.
“Esse estudo é inédito. Há vários estudos sobre a utilização de agregado reciclado de RCD, em concreto simples, porém, não há nenhum trabalho que tenha abordado a aplicação de RCDs em PCPs, ou ainda a utilização do ACR em substituição da areia em argamassas e em concretos utilizados na fabricação das PCPs, e isso é muito importante”.
Taveira explica que a busca por uma solução técnica para a destinação final desses resíduos assume um papel fundamental para redução do impacto ambiental causado por esse tipo de atividade humana. “Isso sem falar que é uma solução economicamente viável”, salienta.
Sobre o Posgrad
É um programa institucional que consiste em apoiar, com bolsas de mestrado e doutorado e auxílio financeiro as instituições localizadas no Estado do Amazonas que desenvolvem programas de pós-graduação Stricto Sensu credenciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Rosilene Corrêa – Agência FAPEAM