Projeto do PCE transforma química em arte
A atividade que une o conhecimento teórico com a prática da disciplina tem ultrapassado as portas da sala de aula e levado oficinas de produção de cosméticos para a comunidade.
Estudantes da Escola Estadual Maria Madalena Santana de Lima, no bairro Armando Mendes, Zona Leste de Manaus, estão aprendendo a disciplina de química de uma forma diferente por meio do projeto “Transformando Química em Arte”. A ação é desenvolvida com o apoio do Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE).
A atividade foi desenvolvida em 2016 no âmbito do PCE, mas continua na escola até o momento. No projeto os estudantes unem o conhecimento adquirido dentro da sala de aula com a prática da disciplina de química. As garrafas que antes eram jogadas no entorno da escola, por exemplo, ganharam nova roupagem nas mãos dos estudantes na confecção de velas. Eles também produzem sabonetes artesanais com essências da Amazônia e reutilizam o óleo de cozinha na produção de sabão sustentável.
Estudantes também aprendem na prática sobre a reciclagem de embalagens que iriam o para o lixo
O projeto ultrapassou as portas da sala de aula e aproximou os alunos da comunidade. Eles já ministraram oficinais ensinando passo a passo de como é feita a produção dos cosméticos, o que possibilitou a geração de uma renda extra para a população.
De acordo com a coordenadora do projeto, Nancy Grangeiro, a ideia de desenvolver a atividade na escola surgiu ao ver a dificuldade e até mesmo o desinteresse dos alunos em aprender a disciplina de química. Por isso, ela decidiu submeter a proposta ao PCE, e assim mostrar aos alunos na prática como a química está presente no cotidiano das pessoas.
“A maioria dos alunos têm muita dificuldade em aprender a disciplina, procurei uma metodologia que associasse química, prática e arte. Além disso, uma forma de demonstrar como ela está presente no nosso dia a dia. Apresentamos, por exemplo, que uma simples produção de sabonete é formado por vários componentes químicos. Assim, os alunos associam a parte teórica com a prática”, conta Nancy.
O projeto conta com a participação de cinco bolsistas de iniciação científica júnior: Carla Samara Fonseca, Laura Maria Pinheiro, Anderson Rosas, Fabiano Maciel e Vitória Rabelo, todos do ensino médio.
A cientista júnior, Carla Samara Fonseca, que participa pela primeira de um projeto de iniciação científica dessa categoria, diz que quando começou no projeto era uma das alunas que mais tinha dificuldades na disciplina, mas depois mudou seu conceito sobre química e revela que hoje até pretende fazer graduação nesta área.
“Com a chegada do projeto, fomos nos dedicando, pesquisando e descobrindo outras coisas nesta área. Tudo isso foi maravilhoso, mostrei para minha família e começamos a fazer até mesmo para vender. Hoje em dia penso fazer a graduação na área de química”, conta a estudante.
Para estudante Laura Maria foi um grande aprendizado participar do projeto. “Aprendemos muito por meio do PCE. O mais incrível de tudo é que com o tempo conseguimos atender e passar todos os ensinamentos para os alunos e comunidade”, informou.
São confeccionados velas, sabonetes artesanais com essências da Amazônia e o óleo de cozinha é reutilizado na produção de sabão sustentável
Repórter- Esterffany Martins (Agência Fapeam)
Fotos- Esterffany Martins (Agência Fapeam)