Estudo desenvolvido com apoio da Fapeam utiliza resíduos de pirarucu na criação de ração para galinhas poedeiras


Além da ração, foram produzidos adubos orgânicos excelentes para produção agrícola na Amazônia

 

Um projeto de pesquisa realizado pela zootecnista Oscarina Batalha, com apoio do governo do Estado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), desenvolveu uma farinha de resíduos de pirarucu para complementação na alimentação de galinhas poedeiras.

O estudo foi fomentado pelo Programa de Apoio à Consolidação das Instituições Estaduais de Ensino e/ou Pesquisa (Pró-Estado) da Fapeam, e teve por objetivo melhorar a produção de ovos das poedeiras, por meio da farinha de pirarucu como fonte energética.

O projeto teve início na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada a cerca de 600 km, de Manaus, na região do médio Solimões, com a abertura do entreposto de produção para fazer o beneficiamento do pescado, principalmente do pirarucu, na forma de salgado seco.

Segundo Oscarina, o processo de transformação do filé de pirarucu em bacalhau da Amazônia gerou uma grande quantidade de resíduos, que eram descartados. Pensando em como reutilizar esses resíduos de pirarucu foi que ela desenvolveu o projeto “Silagem Ácida de Resíduos de Pirarucu na Alimentação de Poedeiras Comerciais Leves”, orientada pela pesquisadora do Inpa Sônia Alfaia, coordenadora do projeto.

“Nós pegamos os resíduos de pirarucu e adicionamos ácidos que fizeram com que as enzimas presentes na carne dos resíduos liberassem os nutrientes, assim eles ficaram mais disponíveis e concentrados e enriquecer os produtos com esses nutrientes. Foi aí que a Ufam entrou como parceira, pois os ensaios com a aplicação da farinha foram feitos no setor de avicultura da Ufam, juntamente com o doutor em Biotecnologia e coordenador do setor, Frank Cruz”, explicou a zootecnista.

Foto Divulgação (2)O processo de transformação do filé de pirarucu em bacalhau da Amazônia gerou uma grande quantidade de resíduos que agora são aproveitados

 

A inclusão da farinha de resíduos de pirarucu foi em até 3% na alimentação das poedeiras, pois as observações feitas por Batalha concluíram que mais do que 3% já afetariam nas características e sabor dos ovos, devido aos ácidos graxos presentes no pirarucu.

O estudo originou um artigo que foi publicado na Revista internacional Acta Scientiarum Animal Sciences  e também foi tema da dissertação de mestrado em Agricultura no Trópico Úmido, de Oscarina Batalha, finalizado no início de 2017 e realizado no departamento de Tecnologia em Alimentos, do Inpa.

Para Batalha, o apoio das instituições foi essencial para o desenvolvimento do projeto, principalmente o incentivo por parte da Fapeam. “Sem verbas nós não conseguiríamos encaminhar nenhuma pesquisa, e o fomento feito pelo Governo do Amazonas por meio da Fapeam foi muito importante para o andamento desse projeto, pois foi por meio dele que nós conseguimos comprar os ácidos e os outros materiais necessários para realizar os testes”, afirmou Oscarina.

Oscarina Batalha - UFAM Parintins - Zootecnista - Foto Érico X._-6 A pesquisadora Oscarina Batalha conclui que a pesquisa vai ajudar na geração de emprego e renda no Amazonas

Para ela, o resultado do projeto surge como um produto alternativo, pois não vem substituir o farelo de soja e o milho, já utilizados na alimentação das aves, mas vem como uma complementação que auxiliará na produção dos ovos. “É interessante os entrepostos de pescado utilizar essa técnica, pois ela, além de ser barata, ajuda na geração de emprego e renda para os produtores de pescado no Estado”, finalizou Batalha.

galinha-002-660x330O objetivo da pesquisa é de melhorar e aumentar a produção de ovos das galinhas poedeiras, por meio da farinha de pirarucu como fonte energética

Repórter – Ada Lima (Agência Fapeam)

Fotos – Érico Xavier (Agência Fapeam) e Divulgação

 

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