China e Brasil terão centro conjunto de nanotecnologia


 04/08/2011 – O governo brasileiro vai firmar no final deste mês um convênio com a China para implantação de um centro binacional de nanotecnologia, o campo da ciência que envolve a manipulação de objetos muito pequenos, com dimensões de bilionésimos de metro. A ideia é que os dois países entrem com a mesma quantidade de dinheiro no projeto.

Nessa semana, em uma reunião em Campinas, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) propôs R$ 4,7 milhões para os dois anos iniciais. Mas a China quer mais. O valor final será acordado em viagem que o ministro Aloizio Mercadante (MCT) fará ao país, no próximo dia 22.

Como inicialmente o centro será virtual, a ideia é que o dinheiro seja gasto com infraestrutura e com a troca de pesquisadores entre os países, pelo menos 30 por ano. “O valor parece pequeno. Mas pode ser um primeiro passo para começarmos uma série de parcerias com a China”, diz Adalberto Fazzio, coordenador da área de nanotecnologia do MCT.

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Uma das áreas de interesse da China é o grafeno, material obtido quando o grafite é fatiado em camadas muito finas, com apenas um átomo de espessura. Os eletrônicos do futuro poderão ter como base o grafeno.

Já o Brasil está interessado em nanotecnologia aplicada à sustentabilidade, como novas abordagens para o tratamento de resíduos agrícolas. “É uma vantagem cooperar com o Brasil. Esse projeto tem futuro”, definiu Chunli Bai, presidente da Academia Chinesa de Ciências (que tem status de ministro no país), em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, durante visita que fez a Campinas.

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A China é o país que mais produz artigos científicos em nanotecnologia. “Queremos aumentar essa produção com parcerias internacionais e dar mais peso a áreas estratégicas”, completou Bai. Fernando Galembeck, diretor de um dos laboratórios que integrarão a parceria, diz que a nanotecnologia “poderia ter avançado mais no Brasil”. “Um centro como esse poderá alavancar a área”.

O centro binacional terá a colaboração de pelo menos quatro laboratórios, localizados em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. No lado chinês estarão alguns dos 117 institutos de pesquisa da Academia Chinesa de Ciências.

Empate técnico

A academia chinesa gerencia hoje um orçamento de mais de R$ 6 bilhões por ano, ou seja, praticamente a mesma quantidade de recursos anuais do Ministério da Ciência e Tecnologia no Brasil. “O governo chinês está investindo muito em ciência. Hoje temos 1,78% do PIB em pesquisas”, diz Bai – a porcentagem brasileira foi de 1,3% no ano passado.

A agenda de Bai no Brasil incluiu visitas a instituições de pesquisa nas áreas de saúde, energia, espaço e agricultura. Os chineses já sinalizaram interesse pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o que pode render novas parcerias.

 

Agência FAPEAM

Fonte:  Jornal da Ciência

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