Edição Integral e atualizada da Obra Poranduba Amazonense é lançada em Manaus
Livro traz resgaste da literatura indígena na Amazônia e foi organizado a partir da pesquisa e o contato do Barbosa Rodrigues com as populações indígenas e ribeirinhas da Amazônia
O livro “Poranduba Amazonense”, do cientista e pesquisador João Barbosa Rodrigues foi lançado na última quarta-feira (28), na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O Livro traz o resgaste da literatura indígena e foi organizado a partir da pesquisa e o contato do Barbosa Rodrigues com as populações indígenas e ribeirinhas da Amazônia. A nova edição, organizada pelo professor Tenório Telles, recupera a edição original com todas as narrativas e mais o Dicionário Português/Nheengatu.
A obra tem 663 páginas divididas em lendas mitológicas, contos zoológicos, contos astronômicos e botânicos, cantigas e vocabulário indígena.
“O mais importante é que Barbosa Rodrigues, quando esteve na Amazônia, se apaixonou pela região e começou a perceber o valor das culturas indígenas, passando a estudar a cultura destas populações. Ele recolheu os mitos, as narrativas, as lendas regionais, cantigas e fez também um dicionário Português/ Nheengatu. Tudo isso ouvindo os relatos das pessoas mais experientes das aldeias e tribos, registrou isso na língua que na época era a mais popular na região o Nheengatu e fez a transcrição e tradução para o português”, explicou Tenório Telles.

Nova edição, organizada pelo professor Tenório Telles, recupera a edição original com todas as narrativas e mais o Dicionário Português/Nheengatu.
Segundo Telles, a nova edição da obra, que levou 10 anos, foi feita como forma de resgatar do esquecimento os mitos e narrativas que são fundamentais nos dias de hoje para compreender o processo cultural, a história e o universo simbólico. Além de ser uma fonte de pesquisa para os estudiosos, pesquisadores e escritores.
“O que tem de precioso nesse livro são as introduções que ele faz para cada bloco de narrativas. É impressionante a clareza que Barbosa tinha, era um homem à frente do seu tempo. Ele já chamava atenção para importância desses mitos, lendas e a defesa das populações indígenas numa época que não havia ainda essa consciência do significado e valor em termo de preservação dessas culturas. Por toda a contribuição, Barbosa merece esse resgate”, enalteceu.
Ainda segundo Telles, o livro foi publicado pela Revista do Instituto Geográfico e Histórico, em 1980. Após isso, não teve uma edição integral da obra, apenas parcial. Essa é a primeira publicação integral com a linguagem atualizada.
“Eu organizei tudo nesta edição, corrigindo os erros da edição original, atualização da língua, alguns ajustes de falhas que aconteceram na primeira edição, atualizando de acordo com a nova ortografia e acrescentei nesta edição o vocabulário Português/ Nheengatu. A Poranduba Amazonense é um tesouro com as narrativas orais da Amazônia”, acrescentou.
Amazônia
Conforme Telles, Poranduba Amazonense é considerado um dos livros mais importantes produzidos na Amazônia. A obra é resultado de uma experiência na região, em especial no Amazonas, do botânico Barbosa Rodrigues, que veio para Amazônia motivado por duas razões: a primeira o interesse pela flora amazônica. A segunda foi devida a missão dada pela princesa Isabel, pelo Império, para criação do Museu Botânico em Manaus.
A experiência resultou uma série de trabalhos como: catalogação de espécimes, documentos, descrição de plantas, criação de uma revista científica, na metade do século XIX, entre outros.
Departamento de Difusão do Conhecimento- Decon
MUITÍSSIMO BOM. PARABÉNS PELA BELA INICIATIVA