Plástico verde já está pronto para ser comercializado


 03/06/2011  A produção ainda é pequena comparada ao plástico convencional, derivado de petróleo, mas a iniciativa já foi dada pela empresa Braskem, que começa a  produzir o plástico verde para fins comerciais. Ele é fabricado na unidade industrial de eteno derivado de etanol, inaugurada em 2010. 

Essa fábrica foi destacada no Bright Green Book, que se autodenomina o ‘Livro Verde do Século 21’. Publicado pelo Conselho Euro-Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Eubra), o livro apresenta 100 iniciativas mundiais da última década que se destacaram por contribuir para o desenvolvimento sustentável.

O plástico verde é feito com uma resina gerada a partir da cana-de-açúcar. O etanol da cana é desidratado e passa por um processo industrial para se transformar em eteno, que é, então, polimerizado. “É um plástico de origem vegetal 100% renovável. As propriedades físico-químicas são as mesmas. No final do processo, temos o mesmo plástico como se tivesse sido produzido à base de petróleo”, explicou Frank Alcântara, diretor de marketing da Braskem, enquanto participava do Rio Global Green Business.

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A sustentabilidade do plástico verde está na sua origem: quando a cana-de-açúcar é cultivada, o crescimento da planta captura 2,5 toneladas de CO2 da atmosfera para o equivalente a cada tonelada do polietileno verde produzido. O produto gerado é utilizado por empresas que abraçaram o conceito como pilar de sua estratégia de mercado. Isso vai desde empresas de alimentos a veículos, cosméticos, produtos de higiene e farmacêuticos.

A tecnologia em si não é uma novidade. Ela já existe desde o início da década de 80. Contudo, faltava viabilizá-la comercialmente. A Braskem investiu cerca de R$ 500 milhões no projeto, concebido com tecnologia brasileira, que tem capacidade de produção de 200 mil toneladas de polietileno verde por ano.

Este ainda é um pequeno passo comparado as 3 milhões de toneladas/ano de plástico tradicional produzidas pela Braskem. Aumentar essa parcela depende de logística para a obtenção do etanol que é a principal matéria-prima. 

“A indústria petroquímica tradicional toda a base de petróleo está localizada próximo aos centros que tratam o petróleo. Então, a indústria à base de matéria-prima renovável, como a cana, é uma quebra de paradigma. Podemos ter uma indústria petroquímica produtora de resina termoplástica próxima a uma usina de etanol no interior do Brasil como, por exemplo, no Mato Grosso”, explicou Alcântara.

Do lado das desvantagens, o plástico verde não é biodegradável. Ele tem a mesma degradabilidade de um plástico comum à base de petróleo. “Já existem iniciativas biodegradáveis no mundo de plásticos. Mas isso requer processos caros. Está na nossa pauta produzir um plástico biodegradável”, completou Alcântara.

Agência FAPEAM

Fonte: Portal O ECO – Por Eduardo Pegurier

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