INCT combina manejo e tecnologia para diminuir agressão à floresta


06/05/2011 – Melhorar a atuação do mercado madeireiro causando o menor impacto possível ao meio ambiente. Este foi o tom da apresentação do pesquisador Niro Higuchi durante o Seminário de Avaliação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), que ocorreu no último dia 5 de maio, na sede do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). O evento foi organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).

 

O INCT Madeiras da Amazônia é um dos seis institutos que desenvolvem atividades de pesquisa no Estado do Amazonas, sendo coordenado pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Niro Higuchi, e com investimentos que chegam a R$ 4,7 milhões, oriundos da FAPEAM e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  

Resultados

Segundo Niro Higuchi a partir dos estudos em andamento foram confirmados dados desanimadores sobre o crescente desmatamento ocorrido na Região Amazônica.  Ele explica que grande parte das serrarias implantadas no Estado do Amazonas, por exemplo, retiram da floresta árvores antigas com idade superior a 500 anos.

“Esse agravante não é um privilégio exclusivo da Amazônia, pois países que atualmente não têm floresta já tiveram um dia uma floresta primária que foi devastada, isso é o que não queremos que aconteça aqui”, destacou.

Para Higuchi, essa realidade sobre o desmatamento é uma consequência da má utilização da floresta primária que vem sendo substituída pelo pasto, degradando e empobrecendo o solo. 

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A boa notícia é que existem possibilidades para se reverter esse quadro sem destruir a floresta. Segundo o pesquisador, a combinação do Manejo Florestal com a Tecnologia da Madeira, é uma delas. Higuchi acredita que com a diminuição da retirada de árvores de florestas nativas e o seu aproveitamento em pelo menos 60% pode-se chegar ao controle, ao manejo e à diminuição do desperdício das espécies de interesse comercial.

“Somente por meio da tecnologia é possível o aproveitamento, não somente da madeira, mas também dos resíduos de madeireiras da Amazônia (raízes e galhos) que se estragam quando abandonados”, explicou.

O pesquisador disse ainda que para ajudar neste processo já existe a tecnologia da colagem em serragens que possibilita a criação de outros produtos como novas toras de madeira, com a mesma resistência, qualidade e estabilidade das nativas.

Durante a apresentação o pesquisador destacou ainda o reaproveitamento das árvores que caem naturalmente na floresta, como pela marchetaria, para a construção de instrumentos musicais.

“Se deixarmos o uso dessas florestas sem alternativa de manejo e se não melhoramos o aproveitamento da madeira extraída da floresta, nós vamos perdê-la”, finalizou Higuchi.

Avaliação

Ao final da apresentação, o pesquisador destacou que qualquer sistema de avaliação ou acompanhamento é um meio de valorizar aqueles que recebem investimentos com recursos dos contribuintes. “Na minha análise, quando a FAPEAM se mobiliza para realizar uma avaliação, considero isso, como a valorização do meu trabalho que é estar à frente de um projeto num programa como este”, destacou.

Parceiros dos INCTs

A criação dos INCTs no Amazonas conta com a parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect/AM), da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e das Fundações de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina. 

Para saber mais acesse o site do INCT Madeiras da Amazônia, aqui.

 Sebastião Alves – Agência FAPEAM

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