Abandonar o tratamento da tuberculose favorece resistência da doença


26/04/2011 – No Amazonas os casos de tuberculose chamam a atenção pelos altos índices da doença. São 67,8 mil casos a cada 100 mil habitantes, segundo dados do Programa Nacional de Combate à Tuberculose. Em Manaus, foram registrados 1,6 mil novos casos somente em 2010.

Atenta à problemática, a coordenadora estadual de combate à tuberculose, Marlúcia Garrido, desenvolveu um projeto denominado ‘Estudo de multirresistência primária aos tuberculostáticos em Manaus’,  para analisar os fatores que favorecem a multirresistência do bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis).

Segundo a pesquisadora, multirresistência é a resistência do bacilo da tuberculose aos dois principais medicamentos utilizados no tratamento da doença (Rifampicina e Isoniazida), associada ou não à resistência a outros fármacos de primeira linha.

Dados comprovam que abandono gera multirresistência

A pesquisa foi realizada na Policlínica Cardoso Fontes, com o recrutamento de 200 pacientes, maiores de 15 anos, no período de novembro de 2009 a outubro de 2010, para obtenção das amostras de expectoração para o exame de baciloscópia (que detecta a prevalência do bacilo), a identificação da espécie e os testes de sensibilidade. Em seguida, a cultura foi feita na Fundação de Medicina Tropical do Estado do Amazonas (FMT-AM).   src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/tubergg.jpg

Segundo Garrido, os dados existentes sobre a multirresistência revelam que a maioria dos pacientes que realizou o tratamento anterior para a doença adquiriu a resistência porque não ingeriu a medicação corretamente ou porque abandonou o tratamento a partir dos sinais de melhora.

O tratamento para tuberculose multirresistente dura entre 18 e 24 meses e inclui o uso de medicação injetável. Os pacientes identificados como multirresistentes estão em acompanhamento na Cardoso Fontes, policlínica referência para tratamento de todos os tipos de resistência.

Toda a pesquisa

O trabalho tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS).

O PPSUS foi implementado em 2004 pela FAPEAM em parceria com o Ministério da Saúde por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (Decit/SCTIE). O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também é parceiro do programa.

Saiba mais sobre os sintomas da tuberculose

Febre com sudorese e calafrio noturno; dor no peito; tosse com duração acima de duas semanas ou com expectoração acompanhada de sangue; perda de apetite; prostração e emagrecimento repentino podem ser sintomas da doença.

 

Foto 2: Ricardo Oliveira

Redação: Margarete Rocha

Edição: Fábio Guimarães – Agência FAPEAM

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