Biometria em peixes ornamentais contribui para preservação e comércio de espécies


09/02/2011 – A comercialização de peixes ornamentais movimenta milhares de dólares anualmente, entretanto a atividade rentável pode acabar se não houver estudos para a preservação das espécies.

Por meio da pesquisa ‘Relações peso-comprimento e fator de condição de três espécies de peixes ornamentais do Médio Rio Negro’, o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Márcio Quara de Carvalho Santos, afirma que, a partir das condições biométricas, é possível verificar se uma espécie está em boas condições corporais ou se há disponibilidade de alimento no ambiente, contribuindo de forma indireta, na avaliação qualitativa do habitat em que vive.

O estudo, apresentado no 19º Encontro Brasileiro de Ictiologia, ocorrido na última semana em Manaus, teve por objetivo contribuir com o comércio de peixe ornamental, visando não afetar o estoque natural. As espécies pesquisadas foram o peixe borboleta (Carnegilla marthae), lápis (Nannostomus unifasciates) e apistograma (Apistograma pertensis), encontradas na região do município de Barcelos (distante a 399 quilômetros, a noroeste de Manaus).

Importância econômica incentivou a pesquisa

O pesquisador afirmou que sempre esteve envolvido com a pesquisa de peixes comerciais. E, de uns tempos para cá, começou a ter interesse pelo estudo das espécies ornamentais encontradas, principalmente, no município de Barcelos. “A importância econômica – como atividade a ser melhorada – requer estudos mais avançados”, completou.

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Os estudos realizados com as espécies amazônicas apresentaram um ótimo desempenho corpóreo, disse Santos, apesar do aumento da exploração comercial e do impacto ambiental causado pelo homem ao ambiente. O pesquisador garante que as espécies estudadas estão entre as mais procuradas no comércio internacional e, consequentemente, são as mais exportadas no Amazonas.

“É interessante iniciarmos um processo de estudos sobre essas espécies, pois são exportadas milhares todos os anos. Então, o questionamento é até que ponto isso vai interferir na qualidade e nos estoques pesqueiros de um ambiente natural?”, indagou o pesquisador.

Os resultados, segundo o pesquisador, são considerados simples, mas despertam o interesse de pesquisadores de instituições fora do Estado do Amazonas, direcionando estudos para questões do peixe ornamental.

FAPEAM é financiadora da iniciativa

A pesquisa foi desenvolvida por meio do Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (Pipt) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).

Para o pesquisador, o auxílio disponibilizado pela FAPEAM é importante para o desenvolvimento da região. “A Região Amazônica ainda precisa ser muito estudada. Sem o apoio, nós não teríamos esses recursos para a realização do estudo”, ressaltou.

Saiba mais sobre o Pipt/FAPEAM

É um programa que consiste em apoiar, com auxílio-pesquisa e bolsas, mestres e doutores vinculados a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos interessados em realizar pesquisas científicas e tecnológicas no Amazonas.

Tem interesse em algum programa de apoio da FAPEAM? Acesse www.fapeam.am.gov.br

Imagem 2: Peixe ornamental (Foto:Giovanna Consentini)

Sebastião Alves – Agência FAPEAM

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