Embalagens biodegradáveis podem ser produzidas a partir da água


14/01/2011 – A bacia hidrográfica da Amazônia possui afluentes importantes entre eles os rios Negro, Tapajós e Madeira que, somados à vasta floresta, abrigam a maior biodiversidade do planeta.

Uma pesquisa, desenvolvida pelo Programa de Mestrado em Biotecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), com apoio do Programa de Desenvolvimento Regional (DCR) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), vem estudando o potencial das bactérias aquáticas para a produção de algumas substâncias, como antimicrobianos e biopolímeros.

O projeto ‘Potencial de Bactérias dos Rios Negro, Solimões e Madeira na Produção de Biopolímeros’, coordenado pelo doutor em Biotecnologia pela Universidade de São Paulo (USP), Aldo Procópio, está na fase de isolamento, purificação e acondicionamento desses micro-organismos.

Segundo Procópio, algumas bactérias isoladas já estão produzindo biopolímeros e outros micro-organismos estão em fase de crescimento (sendo preparados para a produção de biopolímeros). “A próxima etapa consiste na identificação dos polímeros e será realizada na USP em uma parceria da UEA e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

A possibilidade de aplicação destes biopolímeros é viável em diversos setores. Embalagens agrícolas, indústria farmacêutica ou médica (fios de sutura, próteses que não apresentam rejeição), tintas, embalagens de alimentos, aparelhos descartáveis(barbeadores) são alguns exemplos.

O coordenador afirma que o projeto é de grande interesse econômico e ambiental uma vez que o setor de embalagens é responsável por mais de um terço do total de resinas transformadas no Brasil. “A pesquisa tem por objetivo estudar a diversidade da comunidade bacteriana dos rios Negro, Solimões e Madeira, sua variabilidade genética e seu potencial biotecnológico”, frisou.

A produção de plástico biodegradável é benéfica não somente para Manaus, como também para os grandes centros e cidades do interior do Amazonas, porque reduz o uso de plásticos derivados de petróleo. “A transformação deste projeto em um produto é bastante promissora e vai de encontro com as perspectivas da FAPEAM e do CNPq de desenvolvimento sustentável da Amazônia”, ressaltou o pesquisador.

Vida aquática tem poucos estudosvspace=10

Segundo Procópio, a vida aquática da Amazônia ainda não possui estudos completos. “Existe um alto potencial biotecnológico e uma vasta diversidade de micro-organismos nos rios voltados para a produção de inúmeras substâncias, tais como os antimicrobianos e biopolímeros”, relatou.

O que é um biopolímero

Biopolímeros são materiais poliméricos classificados estruturalmente como polissacarídeos, poliésteres e poliamidas. A matéria-prima principal para a sua manufatura é uma fonte de carbono renovável, geralmente um carboidrato derivado de cana-de-açúcar, milho, batata, trigo e beterraba, ou um óleo vegetal de soja, girassol ou palma. Dentre os biopolímeros existentes destaca-se o polihidroxialcanoato (PHA).

Sobre o DCR/FAPEAM

Esse programa consiste em apoiar, com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros Estados e no Amazonas, interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Amazonas.

Foto2:(Ricardo Oliveira)

 

Redação: Anamaria Leventi

Edição: Fábio Guimarães

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