Técnica de patchwork estimula adolescentes a criarem peças inovadoras
23/12/2010 – As antigas técnicas de confecção e criação de novos produtos são, a cada dia, mais ignoradas pela nova geração. Com o intuito de resgatar e desenvolver esses valores, dando ênfase ao respeito pelo patrimônio público e à maior participação escolar, a professora da Escola Municipal Professora Ignês de Vasconcellos Dias, Leda Aparecida Pozzetti desenvolveu o projeto ‘Retalhos do passado constroem o futuro’.
Segundo a professora, o projeto veio complementar a experiência do ano de 2009. “Nossa escola fica em um bairro muito problemático, além de não possuir atrativo para os adolescentes, em especial, as meninas. Com o Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), pretendemos complementar esses valores apreendidos no ano passado. “O presente sobrevive de memórias; a reutilização de material é um artesanato aprimorado”, explicou.
Por meio do patchwork – técnica de unir tecidos com uma infinidade de formatos variados – ou trabalho com retalhos de forma manual, as alunas desenvolveram produtos, participando ativamente da comunidade escolar. De acordo com Pozzetti, o projeto evita que as meninas tomem ‘gosto’ pelas ruas. “A participação valoriza as estudantes como pessoas, ao mostrar que o artesanato pode lhes proporcionar uma complementação financeira”, ressaltou.
O projeto
O grupo é composto por cinco alunas: Driely Ribeiro, Milena Marães, Gabriela Ribeiro, Gabriele Mota e Beatriz Conceição e conta com o apoio-técnico de Jacira Leitão. As meninas utilizaram como padrão o estudo das cores, formas e linhas. Definido o conceito artístico, foi realizada uma pesquisa com a participação da comunidade, para ouvir as opiniões das mães, tias, avós e vizinhos das estudantes, além da pesquisa sobre movimentos artísticos que contribuíram para a história atual, transformando as meninas em multiplicadoras de cultura.
Os retalhos utilizados no projeto, em formato de moisacos, foram costurados manualmente e em máquinas. O resultado foi a produção de bolsas para notebook e acessórios. “O projeto contribui para um fazer artístico, em que cada etapa foi vista como um retalho, ou seja, o cotidiano escolar somado ao dia a dia das alunas favoreceram uma participação relevante, incentivando-as a respeitar o patrimônio público, o respeito às regras, a valorização do convívio também com os mais velhos e a minimização da indisciplina”, observou a professora.
Resultados
Segundo a professora, o projeto desenvolveu o gosto pela pesquisa nas alunas, tanto pela técnica quanto pelos saberes adquiridos pela comunidade. Houve também o interesse para transformar a escola num lugar prazeroso, como fonte de pesquisa e desenvolvimento de novas ideias. “O objetivo de integrar as alunas ao ambiente escolar foi um sucesso e proporcionou uma nova atividade, que pode gerar uma renda extra para a família”.
Inscreva-se no PCE 2011
O edital do PCE 2011 já está disponível na página eletrônica da FAPEAM (www.fapeam.am.gov.br). Para a próxima edição, o edital prevê investimentos da ordem de R$ 3,39 milhões, sendo R$ 1,57 milhão da FAPEAM, R$ 1,32 milhão da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e R$ 500 mil da Secretaria Municipal de Educação (Semed). As propostas de escolas públicas estaduais e municipais devem ser feitas até 25 de fevereiro de 2011.
Sobre o PCE
O PCE consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob formas de cotas institucionais, estudantes dos ensinos Fundamental e Médio integrados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas.
Redação: Anamaria Leventi
Edição: Fábio Guimarães – Agência FAPEAM