Coleção de peixes regionais recebe modernização para preservação e conservação da biodiversidade
Projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) visa modernizar e implantar processos de gestão e informatização da Coleção de Peixes da Amazônia nos padrões internacionais de coleções científicas. O acervo é vinculado ao curso de Engenharia de Pesca, da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade do Federal do Amazonas (Ufam), e busca também ampliar a coleção com novas espécies.
Coordenado pela professora Dra. Kedma Cristine Yamamoto, com fomento da Fapeam por meio do Programa Coleções Biológicas/Museus, edital Nº 008/2019, a iniciativa colabora para a popularização da importância das coleções biológicas, que têm papel importante na preservação e conservação da biodiversidade. Por meio de estudos científicos são mantidos exemplares como testemunho da evolução e história das espécies.
Outro ponto importante do trabalho é a capacitação de recursos humanos na área de taxonomia de peixes e a sensibilização em relação à proteção da diversidade íctica amazônica.
Segundo Kedma, a coleção ictiológica tem o desafio de representar a diversidade de peixes da maior bacia hidrográfica do mundo, a amazônica. “Esta iniciativa é uma semente que esperamos florescer e perdurar por longas gerações dentro da universidade”, relata a pesquisadora.
O projeto encontra-se em andamento. Mais de 1,5 mil peixes já foram coletados de 38 espécies e estão em processo de tombamento. Os materiais selecionados no projeto são das seguintes localidades: Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (Manaus), Ilha da Paciência (Iranduba) e São Gabriel da Cachoeira, coletados em ambientes variados como corredeiras, igarapés, praias e lagos.
“Nossa expectativa é de retomar as coletas no mês de maio e maximizar no período da vazante, época em que os peixes estão mais acessíveis aos aparelhos de pesca e abundantes, mas tudo dependerá da Pandemia, pois a segurança de nossa equipe está em primeiro lugar”, disse Kedma.
Segundo a pesquisadora, após as capturas os peixes são transportados para Manaus onde são identificados, pesados e medidos.
“Os exemplares oriundos das coletas de campo serão tombados na Coleção de peixes recebendo as seguintes informações: um código único (sigla da instituição e número sequencial a partir do último lote tombado), dados taxonômicos em sistema binomial e dados referentes às coletas (coordenadas geográficas do local de coleta, nome do coletor, localidade de captura, número de indivíduos, data da coleta, apetrecho utilizado e ambiente). Para modernizar a gestão e popularização da informação dos peixes tombados na coleção, está sendo montada uma base de dados para ser disponibilizada ao público externo através de consulta fácil pela internet”, relata.
Para a pesquisadora é necessário aproximar cada vez mais a ciência de nosso cotidiano, mostrar para a sociedade que é indissociável. “A divulgação do conhecimento científico é vital para estimular os jovens a ingressarem na carreira tecnológica e científica, precisamos formar cidadãos conscientes de seu papel na coletividade, e ainda, de mostrar à sociedade a importância de se preservar os recursos naturais, nossa maior riqueza que pode se esgotar. Uma nação que valoriza a ciência torna-se rica e respeitada”, pontuou.
Coleção de Peixes Regionais da Amazônia
Desde 2013, a Coleção possui hoje mais de 450 espécies tombadas, oriundas de diferentes regiões do Estado, principalmente dos rios Negro, Solimões, Quiuini e Manacapuru. O material tombado, é oriundo de projetos de pesquisa de professores do curso de Engenharia de pesca da Ufam, e ainda, de pesquisadores que depositam seu exemplar testemunho na coleção. Já existem artigos científicos publicados com material da coleção de peixes, demonstrando assim, sua importância para a pesquisa no Estado.
Coleções Biológicas/Museus
O Programa apoia, com recursos financeiros e bolsas, projetos que visem dar suporte à organização, informatização, gestão e divulgação de coleções biológicas institucionais e de museus já existentes e consideradas estratégicas para o Estado.
Por: Jessie Silva