Evento internacional apoiado pela Fapeam discute sobre povos tradicionais, fronteiras e geopolítica na América Latina
Temas de importância cruciais para a Amazônia nas próximas décadas estão sendo debatidos durante o 4⁰ Seminário Internacional sobre Povos Tradicionais, Fronteiras e Geopolítica na América Latina. O evento apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas Parev/ Edital N.007/2019, iniciou nesta terça-feira 15/6 e será realizado até quinta-feira (17/6), de forma online com transmissão no canal do Lepapis no YouTube.
Promovido pelo Laboratório de Estudos Panamazônicos, Práticas de Pesquisa e Intervenção Social (Lepapis), do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Seminário reúne estudantes, pesquisadores professores, lideranças indígenas, ribeirinhas, quilombolas, representantes dos órgãos públicos, organizações não governamentais e sociedade civil interessada.
Dentre os assuntos a serem discutidos no evento estão sobre à construção de território, relações fronteiriças, o efeito do neo-extrativismo e a pandemia que implicam desafios aos povos originários e comunidades tradicionais por toda a América latina.
“O apoio da Fapeam em eventos como este se estrutura em duas linhas de ação fundamentais: uma delas é a popularização da ciência e a outra é o incentivo às parcerias e a cooperação em nível nacional e internacional. Esse apoio permite que os acadêmicos, pesquisadores e lideranças possam se reunir e debater temas importantes que impactam no desenvolvimento do Estado, além da possibilidade de socializarmos os conhecimentos produzidos para que possamos torná-los acessíveis à população para não ficar algo restrito a academia”, disse a diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales, durante a solenidade de abertura do evento.
O idealizador do evento José Exequiel Basini enfatizou a importância da Fapeam para a realização do evento. “Desde 2018 a Fapeam financia essa iniciativa, com sua flexibilidade e sempre atenta às nossas decisões refletidas em diversos contextos”.
Para a coordenadora das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Nara Baré, é um momento de troca de experiências e respeito mútuo, além de despertar o olhar para Amazônia para além da floresta.
“Quando se fala da questão ambiental, sempre precisamos olhar o ambiente como um todo, principalmente enxergando os povos indígenas, os povos tradicionais, os ribeirinhos, toda uma população. A própria classe acadêmica de cientistas trazendo essa perspectiva e a experiência com nossos cientistas que são nossos pajés e anciãos. Os modos tradicionais perpassam por gerações, fazendo com que todos esses entraves que para nós é o desenvolvimento seja compreensível para todos os lados”, disse.
Um dos destaques da abertura do evento foi à participação do artista plástico Rubens Belém, natural do município de Parintins-AM, que há 20 anos vem criando obras com temas amazônicos. O artista apresentou suas obras e destacou a Coleção sobre as etnias da região amazônica.
Por: Jessie Silva