Amazonas tem pesquisador contemplado no Prêmio Bunge
04/08/2010 – O pesquisador da área de Ciências Florestais, Niro Higuchi, atuante no Estado do Amazonas, é um dos contemplados deste ano do Prêmio Fundação Bunge, na categoria "Vida e Obra". O prêmio será entregue a Higuchi no dia 13 de outubro, em São Paulo. Além de diploma e medalha, os agraciados na categoria “Vida e Obra” receberão R$ 100 mil, e os contemplados em “Juventude”, R$ 40 mil.
Higuchi foi o único Engenheiro Florestal que participou da produção de diferentes documentos do International Painel Climate Change (IPCC), cujo grupo recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007.
Com vasta experiência em recursos e manejo florestais, Higuchi coordena projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio de ações como o Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em Políticas Públicas em Áreas Estratégicas (Poppe) e Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex), este último desenvolvido em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
No Poppe, Higuchi, que é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), desenvolveu o trabalho intitulado "Área demonstrativa de manejo florestal do uso múltiplo em regime de rendimento sustentável no Município de Maués", que contou com aporte de R$ 50,52 mil. No Pronex, o pesquisador realizou o projeto " Manejo Florestal Sustentável para a Amazônia", com recursos de R$ 250 mil da FAPEAM e R$ 200 mil do CNPq.
Além disso, Higuchi está à frente do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Madeiras da Amazônia, com investimentos da ordem de R$ 2 milhões da FAPEAM e R$ 2,71 milhões do CNPq.
De acordo com o secretário de Ciência e Tecnologia do Amazonas e diretor-presidente da FAPEAM, Odenildo Sena, a escolha de Higuchi representa a pujança e competitividade do Inpa, que completa nesta semana 56 anos de existência.
Sena, que participou do júri do Prêmio Bunge, ressaltou que Higuchi obteve uma grande votação, destacando-se dos outros indicados. "Essa conquista nos deixa muito satisfeitos, pois não se trata de uma mera disputa. Há indicações de todo o país por instituições renomadas e posterior análise dos currículos dos indicados por um Comitê Científico, que indica três nomes e submete ao grande júri", explicou.
Isaias Raw também foi contemplado
O outro contemplado na categoria "Vida e Obra" do Prêmio foi Isaias Raw na área de Medicina Preventiva. Ele é pesquisador do Instituto Butantan e pesquisador aposentado da Universidade de São Paulo (USP), com experiência na área de bioquímica de macromoléculas com ênfase em proteínas. Sua atuação principal atualmente é no desenvolvimento de vacinas e biofármacos.
Ingressou na Faculdade de Medicina da USP em 1945 e já no segundo ano do curso começou a dar aulas. Fundou a Editora da Universidade de São Paulo (1960) e da Universidade de Brasília (1961), dirigiu a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências (Funbec), criou a Fundação Carlos Chagas e o Curso Experimental de Medicina da FMUSP.
Tornou-se em 1985 presidente da Fundação Butantan e responsável técnico-científico pelo Centro de Biotecnologia. Desde então é grande fomentador da ciência produzida ali e contribuiu para que o instituto se transformasse no grande centro produtor de vacina no país.
Categoria Juventude
Na categoria “Juventude”, o agraciado em Ciências Florestais é Alexandre Fadigas de Souza e em Saúde Pública/Medicina Preventiva, Guilherme de Sousa Ribeiro.
Fadigas de Souza, que é professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, é formado em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula, mestre e doutor em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas e pós-doutorado em Ecologia de Populações pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Seu trabalho tem sido importante no entendimento dos padrões de sucessão de florestas de araucária. Desenvolveu o primeiro trabalho brasileiro que utilizou ferramentas de geoestatística para detectar padrões de conservação e degradação florestal.
Ribeiro é professor de epidemiologia na Universidade Federal da Bahia, onde se formou em medicina. Fez residência em infectologia na Universidade Federal de São Paulo, mestrado em epidemiologia na Escola Harvard de Saúde Pública, nos Estados Unidos, e doutorado em biotecnologia em saúde e medicina investigativa pela Fundação Oswaldo Cruz.
Sobre o prêmio
Os candidatos ao Prêmio Fundação Bunge não são inscritos, mas indicados por dirigentes de universidades e entidades culturais e científicas. Uma comissão técnica, composta por cinco membros, sendo um do exterior, em cada área de premiação, seleciona os pesquisadores em cada ramo do conhecimento na categoria "Vida e Obra", indicando-os para a decisão do grande júri. No caso dos jovens talentos, a comissão técnica escolhe diretamente os homenageados do ano.
Criada em 1955, a Fundação Bunge, entidade social das empresas Bunge no Brasil, tem atividades focadas na área da educação, com ênfase no ensino fundamental. Valoriza o conhecimento, incentiva o voluntariado e promove ações educativas e de preservação da memória empresarial.
Dentre as iniciativas realizadas, destacam-se o programa de voluntariado corporativo Comunidade Educativa, o Centro de Memória Bunge, o Prêmio Fundação Bunge e o Prêmio Professores do Brasil, além do ReciCriar – A Pedagogia do Possível.
Cristiane Barbosa – Agência Fapeam