Medidas para diminuir mudanças climáticas são tímidas


Natal (RN) 28/07/2010 – As mudanças ambientais são um problema grave que merecem ações imediatas. Caso nada seja feito, mais difícil será a reversão. Além disso, a preocupação com a diminuição dos efeitos precisa permear as ações de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Dessa forma, antecipando-se ao problema, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Luís Val abordou o tema.

Ele ministrou a palestra “Adaptabilidade biológica em tempos de mudanças climáticas”, nesta quarta-feira (28/07), durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento acontece no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal.

Segundo Val, tudo que existe são cenários sobre a situação das mudanças climáticas, porém poucas são as medidas tomadas. Ele explicou que a humanidade tem adotado formas de consumo que afetam os ecossistemas, principalmente, à base de combustíveis fósseis, que emitem gás carbônico. O resultado é a criação de barreiras que aumentam a temperatura média da Terra.

vspace=10“É fato que as mudanças climáticas estão acontecendo e que a temperatura média do planeta está aumentando. Isso não faz parte do ciclo natural do planeta e a atividade solar não justifica tal situação, apesar de alguns grupos de cientistas defenderem esse ponto de vista. Precisamos nos antecipar aos problemas”, informou. 

Dados reais

Conforme Val, desde 1860 quando o homem começou a medir a temperatura do planeta sistematicamente, o período mais quente foram os últimos 20 anos, o que determina que os modelos de previsão dos efeitos biológicos devem considerar a história evolutiva, adaptativa e as características regionais. 

O Brasil precisa ter como meta o desmatamento zero na Amazônia, de acordo com Val, isso passa pelo desenvolvimento de tecnologias para aproveitar as áreas degradadas e limitar o avanço do desmatamento, das queimadas, da fragmentação, exploração mineral sobre a floresta, principalmente, no Sul do Amazonas e no Estado do Pará.

“Ninguém desmata porque quer, mas por necessidade. Precisamos de tecnologia para geração de renda e inclusão social na Amazônia. As consequências afetam tanto os animais quanto o homem. Como exemplo disso temos a incidência de radiação ultravioleta sobre os peixes, assoreamento de rios e lagos, diminuição das áreas usadas para alimentação e berçários e o aumento da temperatura”, destacou. 

Para a estudante do 3º período do curso de Biologia da UFRN, Hannah Kathren de Assis, 19, os jovens precisam ser influenciados, sensibilizados para o processo de manutenção dos biomas brasileiros, seja a Amazônia, os oceanos ou o cerrado. Isso exige, segundo ela, investimentos em educação ambiental. “Tudo que é feito localmente afeta todo o planeta. Precisamos preservar a riqueza da biodiversidade amazônica”, pontuou.

Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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