Transporte de pacientes com traumas é tema de pesquisa

08/07/2010 – Dados sobre a área de saúde em Manaus revelam que o traumatismo raquimedular é uma das sequelas mais frequentes decorrentes de acidentes com veículos motorizados. Em alguns casos a forma incorreta de imobilização, transporte e a ação de curiosos, que mexem nas vítimas antes da chegada do socorro podem contribuir para o agravamento do trauma.

Com objetivo de obter dados sobre o tema em Manaus, mais espeficicamente sobre o transporte de pacientes, os estudantes Andreia Furtado, Antônio Adauto e Francisco da Silva Barroso, do 3° período do Curso de Medicina da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) iniciaram estudos para verificar se houve evolução neste tipo de atendimento na cidade.

A pesquisa, que tem aporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa Estratégico de Apoio à Integração de Estudantes do Interior às Ciências da Saúde (IC-Saúde), é coordenada pela enfermeira especialista e professora da UEA, Hellen Figueiredo.

Nesta fase os alunos realizam levantamentos bibliográficos, de dados e buscas de artigos acadêmicos para, posteriormente, descobrir a partir de estatísticas se houve evolução na maneira do transporte oferecido aos pacientes.

Segundo Figueiredo, antes da implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), os serviços de transporte eram realizados pelos “SOS” das unidades públicas de saúde e o número de traumatismos na medula era considerado alto. “Com a concepção do SAMU não sabemos se houve queda nentes números. Por isso a iniciativa deste estudo”, afirmou.

Incentivo

A coordenadora ressaltou que um dos objetivos do projeto é incentivar os alunos de graduação a ingressar na área da pesquisa, fazer uma busca por dados, procurar fontes bibliográficas, entre outros procedimentos. “Com a disponibilidade de bolsas pagas pela Fapeam, os alunos adquirem materiais para o estudo como pen-drive, livros didáticos e cartuchos para impressão de trabalhos para apresentações” observou.

Os traumatismos decorrentes de acidentes com veículos motorizados são as causas mais freqüente, mas também as quedas, lesões esportivas e agressões correspondem em menor número. Para Figueiredo, o próximo projeto será feito para dar continuidade ao levantamento estatístico dessas ocorrências. “Nem toda a vez a culpa pelo trauma na coluna deve-se ao transporte, mas aos curiosos que mexem nas vitimas”, observou.

Trauma raquimedular

O trauma raquimedular é aquele que acomete a coluna vertebral, ou seja, a medula espinhal ou suas raízes nervosas. Nos acidentes, a imobilização do pescoço e o transporte do paciente sobre pranchas rígidas devem ser sempre realizados por especialistas. Caso seja realizado por “curiosos”, podem surgir seqüelas como a tetraplegia (sem movimentos dos membros). Se a lesão for mais alta, acima da quarta vértebra cervical, o paciente pode perder a capacidade de respirar espontaneamente.

Sobre o IC-Saúde

Financiado pela FAPEAM, o IC-Saúde tem como objetivos  incentivar a concepção de pesquisa científica nos alunos da área da saúde (oriundos do interior), permitindo o acesso aos princípios teórico-metodológicos da iniciação científica mediante a construção de projetos de pesquisa; qualificar quadros para os programas de iniciação científica da Escola Superior de Ciências da Saúde e aprimorar o processo formativo; e estimular os professores/pesquisadores a engajarem estudantes de graduação em atividades de pesquisa, otimizando a capacidade de orientação à pesquisa da UEA.

Foto 1 – Curiosos podem prejudicar as vítimas de acidentes (Foto: Divulgação)

Carlos Fábio Guimarães – Agência Fapeam

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