Pesquisa avalia o funcionamento ecológico dos igarapés


07/07/2010 O desmatamento desenfreado, a abertura de estradas e a pavimentação de solos são reflexos de um desenvolvimento urbano sem o devido planejamento. Estes fatores causam prejuízos irreparáveis ao meio ambiente, principalmente quando  interferem na vida aquática dos rios e igarapés.

Isso porque o manejo incorreto dos solos acaba gerando sedimentos que são transportados para os igarapés, interferindo na sobrevivência dos organismos aquáticos, dificultando a busca pelo alimento e causando o entupimento das vias respiratórias desses seres.

Visando gerar informações que minimizem o impacto ambiental causado por esse desenvolvimento urbano, a doutora em ecologia do Centro Universtário Nilton Lins, Sheyla Regina Marques Couceiro, coordena uma pesquisa que analisa o funcionamento ecológico dos igarapés.

vspace=10O estudo, que tem incentivos do Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), consiste em verificar o nível de decomposição de folhas, por bactérias e fungos, em alguns igarapés existentes na  AM-010, BR-174 e estrada de Balbina.

De acordo com a pesquisadora, nestes locais são colocados “pacotes” de folhas que, ao se decomporem, tornam-se nutrientes para os organismos existentes nesses igarapés. “O folhiço soterrado pelos sedimentos, que geralmente chegam ao leito do igarapé devido a ação humana, perde essas características alimentares, causando prejuízos à vida aquática”, afirmou.  

Couceiro afirmou, ainda, que os resultados preliminares da pesquisa indicam maior degradação das folhas nas áreas de floresta do que em  áreas pavimentadas, daí a necessidade de se elaborar mais estudos que subsidiem corretamente as aberturas de estradas, a fim de minimizar os danos causados ao meio ambiente. “Estudos sobre impactos em ambientes aquáticos na região amazônica ainda são poucos. A nossa pesquisa vem colaborar com as vindouras”, ressaltou.

Oportunidade

A pesquisadora ressaltou a importância do DCR da FAPEAM que traz pessoas qualificadas e  interessadas em desenvolver suas atividades em prol do desenvolvimento da região. “A região carece de mão de obra especializada. Então o DCR é uma boa oportunidade para resolver isso”, salientou.

Sobre o DCR

O Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR), realizado pela FAPEAM com apoio do CNPq, consiste em apoiar, com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros estados e no Amazonas, interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Amazonas.

Foto 1 – Decomposição das folhas é vital para sobrevivência de organismos aquáticos (Foto: Sheyla Couceiro)

 

Carlos Fábio Guimarães – Agência Fapeam

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