Pesquisa analisa impacto do Programa Nacional de Suplementação de Ferro no AM
O número de crianças de até 2 anos de idade com anemia na região amazônica chega a 70%, isto quer dizer que, de cada 10 crianças atendidas nos postos de saúde municipais, sete estão anêmicas. Os dados foram obtidos durante a elaboração da tese de doutorado da pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Dionísia Nagahama.
Com base nestes resultados, a pesquisadora atualmente desenvolve um estudo para verificar qual número de crianças anêmicas no Amazonas, após a implantação do Programa Nacional de Suplementação de Ferro pelo Ministério da Saúde (MS) em 2005.
Entendendo a anemia como um problema de Saúde Pública e fazendo uma análise das estratégias da Organização Mundial de Saúde (OMS) para minimizar o problema, o estudo intitulado “Impacto do Programa Nacional de Suplementação de Ferro em crianças atendidas pela rede pública de saúde em diferentes ecossistemas Amazônicos” é desenvolvido desde 2007 com aporte financeiro de aproximadamente R$ 103 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Pesquisas para o Sistema Único de Saúde: gestão compartilhada em saúde (PPSUS).
O PPSSUS é desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com objetivo de apoiar atividades de pesquisa que visem à promoção do desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na área de saúde no Estado do Amazonas.
“Não podemos mudar o Programa Nacional, mas podemos adequa-lo a nossa realidade. Essa avaliação que estou realizando por meio de pesquisas é para obter dados que vão ser passados aos gestores de saúde para serem tomadas as medidas cabíveis”, explicou a Nagahama.
Impacto regional
Os estudos sobre o impacto da suplementação de ferro iniciaram em Manaus, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) nos bairros da Alvorada, Manôa e Armando Mendes e duraram cerca de um ano. Após esse período, as pesquisas migraram para as unidades de saúde do interior do Estado, com apoio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM) e já foram realizadas nos municípios de Careiro da Varzea, Apuí, Itacoatiara, Tabatinga, Benjamin Constant, Jutaí, Maués e Silves.
“Aproveitando a ida aos municípios, faço um questionário de segurança alimentar, reuniões com os técnicos que atuam nos postos de saúde sobre a alimentação complementar no primeiro ano de vida e apresento para a comunidade os alimentos regionais que trazem benefícios nutricionais para crianças na faixa-etária de até 2 anos de idade”, salientou Nagahama.
Segundo a pesquisadora, a ideia é que futuramente seja lançada uma cartilha de
suplementação de ferro para as crianças, com frutos regionais e alimentos que potencializam a associação de ferro.
Conheça o Programa Nacional de Suplementação de Ferro
O Programa consiste na suplementação de sulfato ferroso para as crianças de 6 a 18 meses de idade, gestantes a partir da 20ª semana e mulheres até o 3º mês pós-parto.
Os suplementos de ferro são distribuídos, gratuitamente, às unidades de saúde que fazem parte da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os municípios brasileiros, de acordo com o número de crianças e mulheres atendidas.
Para mais informação sobre o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, acesso o site do Cecan-Norte.
Sobre o PPSUS
O Programa de Pesquisas para o Sistema Único de Saúde: gestão compartilhada em saúde (PPSUS) tem o objetivo de apoiar atividades de pesquisa que visem à promoção do desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na área de saúde no Estado do Amazonas.
Camila Carvalho e Luís Mansuêto – Agência Fapeam