Acordo para produção de insulina apresenta os primeiros resultados
Um intercâmbio tecnológico com o Indar vai permitir que Farmanguinhos produza 50 milhões de doses de insulina humana por ano, a partir de 2010. Atualmente, o Brasil importa 170 milhões de doses do medicamento, dedicado ao tratamento da diabete. A tecnologia da produção será a da insulina recombinante, que gera um produto final mais barato e eficaz. “Como o preço foi reduzido de R$ 17,35 para R$ 9,18 por frasco, calculamos uma economia anual na casa dos R$ 80 milhões”, diz o diretor de Farmanguinhos, Eduardo Costa.
Pelo acordo a Fiocruz vai importar do Indar as doses necessárias para abastecer o mercado brasileiro até que Farmanguinhos comece a produzir a insulina. Os entendimentos preliminares com o Indar incluíram,além da transferência da tecnologia recombinante de produção da insulina, o desenvolvimento conjunto de aprimoramentos e cooperação para desenvolvimento e produção de outros medicamentos em ambas as direções, inclusive de anti-retrovirais; entendimentos esses formalizados por protocolo firmado entre a Fiocruz e o Indar. O acordo incluía o pleno licenciamento para a Fundação, inclusive para exportação na América Latina e África.
A tecnologia do Indar envolve a utilização por expressão da insulina Escherichia coli transgênica. A incorporação da tecnologia recombinante seria útil para a Fiocruz não só para suprir o país, e regular o mercado, mas principalmente para abrir um capítulo de desenvolvimento tecnológico associado visando outros biofármacos.
A transferência tecnológica se dará em um período de 40 meses, quando Farmanguinhos estará pronto para produzir cristais de insulina em território nacional. Estima-se que existam 500 mil diabéticos no Brasil que dependem de insulina – uma pessoa é diagnosticada a cada dois minutos e 18 segundos no país.