Alterações nos “cantos” de rãs de Altamira (PA) indicam formação de novas espécies
16/08/2013 – Um estudo desenvolvido com os machos da rã amazônica Allobates femoralis revelou que populações da mesma espécie apresentam características diferentes em suas vocalizações. O resultado é fruto da pesquisa de Emerson Pontes da Silva, finalista do curso de Ciências Biológicas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam).
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As informações fazem parte do trabalho ‘O Comportamento territorial de Allobates femoralis em resposta a estímulos sonoros de um novo fenótipo acústico da Amazônia Central’, desenvolvido sob a orientação do doutor em Biologia, Pedro Ivo Simões. O resultado será apresentado no Congresso Internacional de Bioacústica, que será realizado de 8 a 13 de setembro em Pirenópolis (GO). O pesquisador participará do evento com recursos do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (FAPEAM). Silva foi contemplado pelo Programa de Apoio à Pesquisa em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape).
O estudo teve duração de um ano e consistiu em entender o comportamento de machos da espécie Allobates femoralis. As rãs eram expostas a vocalizações gravadas de machos de populações e/ou localidades diferentes da sua. Silva disse que alguns cantos de rãs da região de Altamira, potencialmente, não são reconhecidos por todos os machos testados na região amazônica. Seria como se as rãs de Altamira estivessem ‘falando’ outro idioma. Isso indica que está ocorrendo um processo de especiação, ou seja, a formação de novas espécies biológicas com vocalizações distintas. Parte da pesquisa foi realizada na Reserva Florestal Adolpho Ducke, localizada no quilômetro 26, na estrada Manaus – Itacoatiara (AM-010).
Em 2009, uma nova população de Allobates femoralis, com padrão acústico diferente dos demais grupos, foi descoberta em áreas inundadas pela Hidrelétrica de Belo Monte, localizada no município de Altamira, no Pará.
O trabalho foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Apoio da FAPEAM
Para Silva, o apoio da FAPEAM viabiliza a divulgação de sua pesquisa no Congresso. “Esta experiência possibilita um grande aprendizado pelo estabelecimento de contato com outras linhas de pesquisas e pessoas e permite a troca de experiências com pesquisadores do mundo inteiro”, afirmou.
Para ouvir o canto da espécie Allobates femoralis, clique aqui.
Sobre o Pape
O programa visa apoiar a participação de pesquisador/professor/estudante qualificado em eventos científicos e tecnológicos relevantes no País e no exterior, para apresentação de trabalho científico e/ou tecnológico de sua autoria, não publicado, resultante de pesquisa desenvolvida no Estado do Amazonas.
Jessica Fernandes – Agência FAPEAM
Edição: Luís Mansuêto