Aluno da UEA é um dos vencedores de competição desenvolvida pela Nasa na Itália


08/05/2013 – A inserção de alunos em programas de intercâmbio como o Ciência Sem Fronteiras (CsF), do governo federal, gera resultados positivos também para o Amazonas. Jovens como o aluno do curso de Engenharia da Automação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Dilermando Ferreira, de 21 anos, destacam-se em instituições de ensino estrangeiras e em eventos renomados como o International Space Apps Challenge (Desafio Internacional Space Apps), competição de cooperação internacional desenvolvida pela Agência Espacial Americana (Nasa), na Itália.

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O último desafio aconteceu nos dias 20 e 21 de abril na Universitàdi Roma La Sapienza. A primeira edição do evento foi realizada em 2012 e, neste ano, a Itália emplacou sua primeira participação na ação que colocou os estudantes diante de 50 desafios para serem resolvidos usando soluções inovadoras (em inglês, as categorias foram divididas em Software, Hardware, Citizen Science e Data Visualization). A competição foi realizada simultaneamente em várias partes do mundo, com um total de 9.147 participantes.

Após vencer esta etapa na Itália, o grupo de Dilermando Ferreira participará da etapa mundial. “Quando eu soube fiquei muito animado e me inscrevi, convidei alguns amigos da minha universidade italiana (Universitàdi Roma TorVergata) e uma amiga chinesa aceitou formar um grupo. Depois, formamos um grupo com outros estudantes italianos e um estudante indiano para desenvolver um projeto para a resolução do desafio Deployable Greenhouse”, lembrou Ferreira.

Segundo o estudante, o desafio a que ele foi submetido consiste em desenvolver um tipo de estufa para ser usada na Lua ou em Marte e, assim, fornecer alimentos de forma constante para as missões de longa duração nas duas localidades. O grupo do trabalho vencedor é formado por estudantes de Engenharia de Automação, Eletrônica Aeroespacial, Direito e alunos do Ensino Médio.

“Nosso grupo é multicultural, contando com um brasileiro, uma chinesa, um indiano e estudantes italianos. Como tínhamos bastante mão de obra, dividimos o trabalho em subgrupos e o meu ficou responsável pelos sistemas de energia e tivemos que avaliar as melhores fontes de energia (solar, eólica, nuclear, etc), e como adaptá-las tendo em mente as características de Marte”, disse.

Dilermando afirmou também que, no início, eram cerca de oito estudantes participantes do projeto. “Mas no decorrer da competição os organizadores uniram as duas equipes que estavam trabalhando no desafio Deployable Greenhouse. Ao final, nossa equipe tinha 16 integrantes”. O evento contou com a participação de 200 estudantes de toda a Itália e grupos com interação virtual.

Desafio

Os alunos tiveram dois dias para desenvolver as ideias do projeto para a apresentação final. “Eles escolheram as duas melhores equipes e para mim foi uma surpresa muito grande e uma felicidade ainda maior quando anunciaram a nossa como a melhor, pois realmente todo o grupo se empenhou muito, tínhamos pouco tempo e os problemas eram complexos”, afirmou Ferreira.

A equipe vencedora foi escolhida por uma banca formada por professores da Universidade de Roma La Sapienza, por representantes da Embaixada dos Estados Unidos na Itália, pela astronauta italiana Samantha Cristoforetti e pelas organizadoras do evento, a consultora sênior da Agência Espacial Europeia, Maryline Lengert, e Tiziana Candiloro.

Os dois melhores projetos da Itália foram escolhidos para terem o reconhecimento global e a chance de participar da etapa mundial. Os acadêmicos precisaram ainda criar um vídeo de dois minutos apresentando a equipe e o projeto com mais informações sobre o produto desenvolvido. A previsão de divulgação do resultado final é para o dia 22 de maio.

Projeto

O projeto ‘Green on the Red planet’ consiste em uma estufa modular com elementos rígidos e infláveis para sustentar uma futura base humana em Marte, tentando introduzir soluções inovadoras. O objetivo inicial do projeto é alimentar quatro astronautas.

“Para isso, projetamos sistemas de operações totalmente automáticos, pensando nos sistemas de energia, no uso de iluminação solar e artificial e na colheita autônoma com o uso de robôs. Também investigamos o uso de energia solar, eólica e nuclear para alimentar a estrutura”, explicou Dilermando.

Experiência

O aluno do curso de Engenharia da Automação está desde agosto de 2012 na Itália e descreve a experiência do intercâmbio como excepcional. “Eu acredito que o intercâmbio deveria ser obrigatório em algum momento do curso universitário, pois o crescimento que a pessoa tem ao chegar a um país estrangeiro, com uma cultura diferente, com um idioma diferente, tendo que resolver diversos problemas por conta própria é inigualável”, concluiu.

Fonte: UEA, por Vanessa Brito

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