Alunos adotam idosos carentes
Respeitar o ancião é prevenir o futuro. Esse é o lema do Colégio Brasileiro Pedro Silvestre, situado no bairro do Centro, que por meio da adoção de idosos tenta sensibilizar a comunidade escolar sobre o idoso como um elemento importante para a sociedade. “Dizer que o idoso é algo do passado é um pensamento que não existe mais. Eles fazem parte da construção de um futuro melhor”, comentou a bolsista Isidora Góes, 18.
Góes é uma das participantes do projeto “Meu Velho Amigo” (MVA), que faz parte do Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
O programa consiste na adoção de idosos carentes. Os alunos a partir do 6º ano do ensino fundamental se dividem em equipes de até quatro pessoas que são responsáveis por cuidar e observar as necessidades dos anciãos e tentar, na medida do possível, supri-las. A ação vem sendo desenvolvida na escola há oito anos. A primeira edição ocorreu em 2002.
De forma interdisciplinar, o projeto funciona durante todo o ano letivo, onde os estudantes realizam trabalhos de cunho educacional, além de promoverem bailes, entregas de cestas básicas e presentes em época de natal. Segundo a coordenadora do MVA, Maria Francisca Auxiliadora Farias, os estudantes, inclusive, levam os “velhinhos” para passear em shoppings e nos cinemas.
Para Farias, o projeto veio para valorizar o idoso e desmistificar a ideia de que a pessoa mais velha não faz parte do contexto social, na ótica dos mais jovens. “Hoje podemos dizer que os alunos têm uma nova visão para o futuro. Com a ajuda oferecida a essas pessoas, eles exercem a cidadania, o respeito e melhoram a convivência em casa e na escola”, completou.
Ao longo de nove edições do MVA, os estudantes já cadastraram cerca de 780 idosos, oriundos de áreas de risco da cidade de Manaus ou de casas de repouso, como a São Vicente de Paula e Fundação Dr. Thomas. Em 2010, a meta é atingir o cadastramento de 900 idosos e, para isso, a escola conta com o apoio de mais 35 instituições de ensino da rede pública estadual.
“Participar do PCE foi uma experiência única para nossa equipe, porque não tínhamos parceiros que nos ajudassem financeiramente. Além disso, o suporte que tive dos bolsistas também foi muito bom”, finalizou Auxiliadora.
Kelly Melo e Luís Mansuêto – da Agência Fapeam