Alunos aprendem a manipular GPS em escola da rede pública
Utilizar GPS, bússolas e informações cartográficas parece ser difícil para quem não é da área. Então, trabalhar com geoprocessamento (metodologia que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o processamento informatizado de dados geográficos) parece mais complicado.
Contudo, foi a partir desse conceito que o professor Evandro Brandão iniciou, em 2006, o projeto Geocompensamento (referência ao bairro). Parecia difícil fazer com que alunos da Escola Estadual Júlia Bittencourt, situada no Bairro Compensa, zona oeste, compreendessem a técnica. Todavia, ocorreu o contrário.
O projeto contou com apoio Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM), através do Programa Jovem Cientista Amazônida (JCA). A pesquisa foi realizada no período de 2006 a 2008. Participaram da pesquisa oito alunos de 7ª e 8ª séries, bem como de um professor de geografia e um aluno de graduação de economia.
Segundo ele, os alunos aprenderam as técnicas de geoprocessamento de dados, a manipular imagens de satélites e a utilizar GPS, bússolas e computadores. O professor explicou que foram mapeadas as ruas para verificar o desenvolvimento populacional e territorial do bairro. Ainda foi possível identificar as plantas frutíferas e medicinais encontradas nos quintais das residências.
“Rastreando pontos de satélite pelas ruas da Compensa, os jovens pesquisadores buscaram informações sobre ruas, igarapés e plantas frutíferas e medicinais na Compensa”, disse.
O nome do projeto, de acordo com o professor, surgiu da junção dos termos Geoprocessamento com Compensa. Ele disse que a ideia da junção era proporcionar aos estudantes um estímulo a mais e uma opção para desenvolver a cidadania.
“No laboratório de informática da escola, os alunos utilizaram os computadores para processar os dados obtidos no campo, aprenderam a vetorizar, ou seja, utilizar o computador para traçar ruas, igarapés, contorno de vegetação e desenhar as principais edificações existentes na área territorial do bairro”, destacou.
Com o projeto, o professor disse que foi possível incentivar a pesquisa desde o Ensino Fundamental. Agora, os jovens têm uma perspectiva de futuro proporcionado pela Fapeam por meio do conhecimento e as experiências da vida fundamentais em ciência.
Durante a pesquisa, foram identificadas mais de 50 espécies de plantas. Os alunos conseguiram também criar mecanismos, onde as pessoas podem colher os frutos, sem alterar o ciclo da safra.
Para deixar à disposição tudo o que foi registrado, Brandão e os alunos desenvolveram outros produtos como uma cartilha e um blog, para explicar como funcionaram os sistemas utilizados e a metodologia da pesquisa.
Foto 1 – Imagem de satélite da área estuda (Imagem: Goggle Earth)
Kelly Melo e Luís Mansuêto – Agência Fapeam