Alunos da Ufam transformam óleo de fritura em energia elétrica e recebem premiação em Competição Internacional de Biologia Sintética no Chile


01/11/2013 – Estudantes e professores dos cursos de Biotecnologia e Ciências Biológicas da Ufam participaram da competição Internacional de Máquinas Geneticamente Modificadas da Fundação iGEM do Massachussets Institute of Tecnology. A competição tem por finalidade colocar equipes de Universidades de todo o mundo para resolverem problemas aplicando técnicas de Biologia Sintética. Os estudantes arrebataram duas premiações: a medalha de bronze e o troféu de melhor apresentação na edição regional Latino Americana, realizada em Santiago, capital do Chile, de 04 a 06 de outubro, com o projeto “Electrobacter: transformando óleo residual de fritura em energia elétrica”.

O projeto utilizou uma bactéria, do gênero Shewanella, comum em nossa região, para degradar óleo residual de fritura, elemento muito presente em bares, restaurantes e domicílios e vilão do meio ambiente, principalmente, para rios e lagos. A bactéria foi modificada geneticamente para degradar gordura e liberar elétrons em meio de cultivo, os quais poderão ser “capturados” pelo dispositivo denominado Célula Microbiana de Combustível (MFC) e utilizados como fonte de energia elétrica. Apenas outros dois times de universidades brasileiras participaram, o da USP e o da UFMG.

Durante o encontro, os membros da equipe agradeceram o apoio institucional recebido para participarem da competição. “Queremos agradecer o apoio da Reitoria e da PROTEC que não mediram esforços para a nossa logística e termos esta experiência tão construtiva. Nossos alunos agora possuem network internacional e trouxeram na bagagem uma experiência inesquecível. Esse resultado é o combustível pra participarmos das edições vindouras”, declarou o professor Carlos Gustavo Nunes da Silva, coordenador da equipe.

O vice-reitor felicitou os integrantes da equipe e destacou que o trabalho desenvolvido por eles honra a Universidade Federal do Amazonas. “Para nós é um motivo de muita alegria, porque a gente vê o resultado do trabalho que tem sido desenvolvido pelos professores e pelos alunos. Ao realizarem esse trabalho de êxito com as condições que a Universidade oferece, percebemos o envolvimento deles com a pesquisa e isso demonstra que nosso investimento em pesquisa e em inovação tecnológica traz excelentes resultados e serve de exemplo para outros alunos da Universidade. Em nome da Universidade, em nome da professora Márcia Perales, quero parabenizar todo o grupo pela conquista e, sobretudo, pela divulgação do nome da Universidade Federal do Amazonas”, elogiou o vice-reitor.

iGEM e a Biologia Sintética

A competição do iGEM tem sido uma das grandes novidades no universo das olimpíadas e gincanas científico-educacionais internacionais. Iniciada em 2003 no Massachusets Institute, a competição surgiu durante uma disciplina de graduação que uniu biólogos e engenheiros, os quais resolveram fazer um intenso intercâmbio, a exemplo do que vem sendo realizado no campo da robótica, onde Exatas e Biológicas trabalham em muitos projetos inspirados na natureza e suas estratégias. O campo da genética molecular não poderia ficar de fora, o que evoluiu para um campo chamado Biologia Sintética. Uma das razões da competição é a divulgação dessa área, a qual tem atraído a atenção de acadêmicos e companhias privadas ou governamentais de todo o mundo, inclusive organizações como a NASA e o FBI, ambas nos EUA e que, desde sua origem, oferecem apoio à iniciativa.

Fonte: Ufam