Alunos e comunitários dançam para prevenir doenças do coração ao som de música eletrônica
Projeto do PCE promove saúde e bem estar para moradores de Nhamundá, no interior do AM
Ao som de música eletrônica, alunos e comunitários têm usado a dança para prevenir doenças coronarianas em Nhamundá, no interior do Amazonas. A doença arterial coronariana é aquela que causa danos aos principais vasos sanguíneos e pode provocar ataque cardíaco. O projeto foi desenvolvido no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Intitulado “A dança como fator predominante na prevenção de doenças coronarianas”, o estudo foi escolhido pela Fapeam para celebrar o “Dia Mundial da Saúde”, comemorado nesta sexta-feira (7). O projeto foi desenvolvido por alunos do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Enery Barbosa dos Santos, situada em Nhamundá.
Segundo a coordenadora do estudo, a professora de Educação Física, Keisy Silva Fernandes, o projeto teve como proposta principal proporcionar uma atividade diferenciada através da dança que possibilitasse a prevenção das doenças coronariana e que envolvesse estudantes e comunitários. “Queríamos envolver a classe estudantil e também que o projeto ultrapassasse os muros da escola chegando à sociedade como um todo. Como forma de haver de fato uma inter-relação escola e família”, disse Keisy.
De acordo com a professora, o grupo de pesquisa utilizou a seguinte metodologia para alcançar os objetivos propostos no projeto: primeiramente foi realizado um levantamento dos participantes do projeto. O próximo passo foi a aplicação de questionário diagnóstico, seguido da aferição da massa corpórea, estatura e classificação. As atividades físicas só tiveram início após essas fases. Ela explica como foram realizadas as aulas de dança.
“Pela manhã era realizada a Ginástica Laboral, com movimento de relaxamento e alongamento e à tarde com a Ginástica Aeróbica, com passos ritmados. Esses movimentos vêm caracterizados e podem conter os passos de baixo impacto e de alto impacto, que foram componentes utilizados na parte principal da aula para elaboração da coreografia”, explica a professora.
Ritmo, movimento, alto e baixo impacto e outras terminologias usadas no projeto de pesquisa, caminhavam para o mesmo foco: a promoção da saúde da comunidade participante do estudo. E esses resultados foram alcançados, de acordo com a coordenadora da pesquisa.
“O projeto trouxe bons resultados para a comunidade escolar e para a sociedade, pois foi uma forma de levar prevenção à saúde das pessoas. Tendo em vista que muitos dos participantes sofriam com vários tipos de doenças e necessitam ser acompanhados de práticas de exercícios físicos e ainda não tinham hábito nessas práticas”, contou Keisy.
Questões de preconceito e conservadorismo extremo também foram abordadas no projeto, conforme a professora. “A sociedade ainda tem um pensamento muito conservador e arcaico sobre praticar esportes e exercícios físicos. No estudo houve certa resistência, mas que foi superada ao longo da aplicação do projeto”, disse a coordenadora.
Ritmo, movimento, alto e baixo impacto e outras terminologias são usadas no projeto de pesquisa
Alunos participantes
O projeto do PCE foi realizado sob a coordenação da professora Keisy Fernandes, e contou com a participação dos alunos Bianca Silva da Costa, 16, Gessica Reis Coelho, 16, Josiele Gomes de Azevedo, 17, Paula Eduarda Fernandes Serrão, 16, e Taline dos Reis Andrade, 16. Todas cursavam o 2º ano do Ensino Médio, em 2016.
“O Programa Ciência na Escola é muito importante pois ajuda na formação dos alunos e promove o estímulo na capacidade científica. O projeto incentiva futuros trabalhos acadêmicos e estimula o alunos a serem pesquisadores”, conta a professora.
Doenças coronarianas
A doença arterial coronariana é caracterizada pela obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam o coração. A irrigação do coração é feita por duas artérias, coronária direita e esquerda e seus respectivos ramos. Com o acúmulo de placas de ateroma (gorduras) no interior destas artérias, o sague encontra maior dificuldade de passar. Quando essa placa se rompe dentro do vaso, ocorre uma cascata de ações inflamatórias que acabam resultando numa obstrução ao fluxo sanguíneo que pode causar angina no peito, infarto agudo do miocárdio e até mesmo a morte súbita.
Repórter- Francisco Santos (Agência Fapeam)
Fotos- Divulgação