Alunos inventam jogo de raciocínio lógico a partir do lixo
19/12/2011 – Alunos da Escola Municipal Antônio Moraes, no bairro Terra Nova 2, zona norte de Manaus, transformaram lixo em jogos lúdicos a partir de garrafas PET encontradas no bairro e na própria escola.
Essa iniciativa faz parte do projeto ‘Tabolixo: o lixo lúdico lógico’, desenvolvido no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), financiado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed).
A pesquisa tem como coordenador o professor James Ribeiro, desenvolvido juntamente com os alunos, Neyvana Lira Tanaka, Natasha Iris Viana Sales, Sabrina Trindade Monteiro e Marcela Jackeline de Souza Farias, bolsistas do programa.
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Segundo Ribeiro, o projeto visa transformar o lixo encontrado no bairro ‘Terra Nova II’ em um jogo com garrafas PET reutilizadas, onde são colocadas em cada garrafa, bolas de isopor de 15 milímetros com o número da questão de uma área do conhecimento, a ser sorteada logo após a garrafa ser derrubada por um arremesso de uma bola de tênis.
Cada garrafa derrubada possui um valor indicado pela equipe de mesários e deve ser imediatamente totalizado pelo atleta arremessador para poder continuar jogando, caso acerte a totalização. No caso de acerto, o atleta e sua equipe têm 25 segundos para responder à questão, porém se errar, a vez de responder é da equipe adversária.
“O jogo é agregado com o conteúdo que a escola trabalha, então nós resolvemos fazer o projeto com base na finalidade de desenvolver o raciocínio lógico, resgatar o raciocínio lógico da criança por meio de situações e problemas do cotidiano e de conhecimentos gerais dentro das disciplinas ou fora delas e também reforçar a questão da tabuada. Por isso que é Tabolixo= tab de tabuada, bol de bola de arremesso e lixo de resíduos sólidos”, explicou Sabrina Trindade, uma das bolsistas do projeto.
Escola em destaque com projetos do PCE
Segundo o coordenador do projeto, o ‘Tabolixo’ já é o terceiro projeto do PCE desenvolvido na escola. “O tabolixo foi consequência dos outros projetos desenvolvidos nessa escola pela FAPEAM, onde a gente viu que os resíduos jogados pela comunidade e na escola no chão eram muito grandes, então resolvemos ver qual era o impacto, qual era o lixo que tinha maior inflação nessa comunidade e foi justamente a garrafa PET, daí veio a ideia. Como sensibilizar isso?”, afirmou.
Para que a questão ecológica da pesquisa fosse trabalhada com os alunos, foi realizado na escola o ‘1º Campeonato de ‘Tabolixo’’ entre as turmas do sexto ao nono ano, no qual a premiação com medalhas e troféus ocorreu recentemente com a apresentação do projeto. Segundo uma das bolsistas do projeto, Sabrina Trindade, as turmas que mais se destacaram durante o campeonato foram os sextos e os nonos anos, que obtiveram a maior pontuação e uma maior preservação do ambiente escolar.
Metas iniciais do projeto
Ainda de acordo com Ribeiro, quando o projeto foi desenvolvido, pretendeu-se avaliar os benefícios do reuso de garrafas PETs pelo jogo como uma forma de gerenciar o descarte dos resíduos no ambiente escolar; calcular a porcentagem de garrafas PETs; do total de garrafas descartadas no meio ambiente pelas famílias residentes no Terra Nova 2; dissecar garrafas PETs em figuras geométricas identificado-as pela forma e nome e realizar respectivamente os cálculos de suas áreas de acordo com a escala numérica estabelecida; levar o atleta a perceber os conhecimentos utilizados no desenvolvimento das atividades como parte integrante de diversas áreas do saber; avaliar o desempenho de cada atleta pela resolução mental de situações-problemas apresentadas durante as realizações dos jogos pontuando as respostas corretas no tempo estabelecido e criando as regras do jogo de modo que possa facilitar a inclusão social e o desenvolvimento intelectual do praticante pelo raciocínio lógico.
Sobre o PCE
Esse programa consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob formas de cotas institucionais, estudantes dos ensinos Fundamental e Médio integrados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas.
“O conhecimento científico desenvolvido no ensino básico é fundamental no Brasil e no mundo, então a FAPEAM sai na frente com esse programa que é de extrema importância dentro das escolas”, finalizou Ribeiro.
Redação: Nefa Costa
Edição: Cristiane Barbosa – Agência FAPEAM